Dirigente do Grêmio lembra Caso Aranha e lamenta apenas multa ao Flamengo por cantos homofóbicos: “Eles mandam no STJD”

Nestor Hein mostrou revolta pela decisão do STJD em apenas dar multa em dinheiro ao Flamengo

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Os cânticos homofóbicos de torcedores do Flamengo na partida contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, no Maracanã, geraram somente uma multa de R$ 50 mil ao clube carioca em decisão tomada pelo STJD, mesmo que a Procuradoria do órgão tenha pedido a exclusão do time rubro-negro da competição – como já está fora, o pedido seria por sua não participação na edição de 2022.

Em entrevista dada à Rádio Gaúcha, o diretor-jurídico gremista Nestor Hein expressou revolta pela decisão e lembrou o Caso Aranha, em 2014, quando gritos racistas observados na arquibancada da Arena contra o goleiro do Santos fizeram o Grêmio ser excluído da Copa do Brasil.

“A homofobia hoje está equiparada ao crime de racismo por decisão do STF. Em 2014, o Grêmio identificou todas as pessoas que cometeram atos racistas e, mesmo assim, o STJD  excluiu o clube da Copa do Brasil. O Flamengo não identificou nenhuma pessoa que cometeu crime de homofobia. O advogado do clube admitiu que o fato ocorreu e se disse enojado pelo que viu nas imagens. Os auditores também disseram que o fato ocorreu e, mesmo assim, resolveram colocar apenas uma multa de R$ 50 mil. Um deles chegou a dizer que, se condenasse o Flamengo, o clube ficaria com a pecha de ser um clube homofóbico. Por que o Flamengo não pode ficar com a pecha de ser um clube homofóbico? E por que o Grêmio pode ficar com a pecha de ser um clube racista?”, questionou Hein.

“O Flamengo manda no STJD. O Flamengo sempre resolve as coisas pagando. É sempre punição pecuniária. Ele paga a multa e aí não tem problema. O STJD, por conta dos atos de alguns dos seus auditores, é um propagador de decisões esdrúxulas e absurdas que valem para um clube e não valem para outros. É um tribunal que premia os seus transgressores e as pessoas que não cumprem as suas atribuições. Pode se confiar neste tribunal? Pode se levar a sério um tribunal desses?”, acrescentou.

Na época do Caso Aranha, Fábio Koff ainda era o presidente do Grêmio e esperava que, pelo menos, a punição ao clube representasse um marco ao futebol brasileiro:

“À época do Caso Aranha, o (então) presidente Fábio Koff disse que o Grêmio se conformaria com aquela punição se ela ajudasse a consertar o futebol brasileiro. Infelizmente, não é o que está acontecendo”, finalizou Hein.

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