Ex-Inter, Neilton relata longo drama por lesão, diz ter imaginado que encerraria a carreira e critica Sport Recife

Atacante atuou pelo Inter no ano de 2019 e não conseguiu jogar no segundo semestre deste ano por lesão

Atacante do elenco do Inter no ano de 2019, quando foi reserva na maioria do tempo, Neilton, hoje com 27 anos, publicou um longo desabafo em suas redes sociais – veja na íntegra abaixo da matéria – relatando o drama da lesão sofrida no tornozelo direito jogando a final do Pernambucano, pelo Sport. Ele não atua desde o dia 7 de julho e irá voltar para o Coritiba em 2021.

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Segundo o relato do ex-colorado, o Departamento Médico do Sport inicialmente optou por um tratamento conservador e com fisioterapia após a indicação dos primeiros exames. As dores não desapareceram e novos profissionais do clube indicaram uma cirurgia, que, segundo Neilton, não foi feita da maneira correta e até ampliou a dor no local.

Nesse período, o jogador alega ter conversado com a direção do Sport e que, lá pelas tantas, foi orientado a jogar “no sacrifício” para arrumar um “bom contrato” para 2022. O ex-atleta colorado revela ter feito mais de 15 infiltrações para reduzir a dor.

Sem poder contar com Neilton desde o meio do ano, o Sport até iniciou uma reação sob comando de Gustavo Florentín, mas, assim como a lanterna Chapecoense, já está rebaixado matematicamente para a segunda divisão de 2022.

 

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Uma publicação compartilhada por Neilton Meira Mestzk (@neilton)

Veja a íntegra da nota de Neilton:

“No dia 23/05/21 me machuquei na final do Pernambucano, no jogo entre Sport x Náutico e três dias depois fiz o exame de ressonância, onde constava que tive uma lesão grave no tornozelo direito, no qual eu precisaria passar por uma cirurgia de artroscopia de imediato. Mesmo o clube ciente disso quiseram fazer o tratamento fisioterapêutico, passaram-se meses e não tivemos melhora. Então o clube optou por fazer infiltração, foram cerca de 16 agulhadas e mesmo assim não obtivemos resposta. Confiei no departamento médico pois acreditei que eles sabiam o que estavam fazendo.

Como a minha vontade era de estar em campo, tentei voltar mesmo sentindo fortes dores, joguei 6 partidas e no jogo contra o Atlético-GO optei por conta própria parar e refazer os exames. Refiz todos os exames e deram os mesmos resultados daquele do dia 26/05/21, então questionei o departamento médico como resolveríamos o meu problema e eles não me davam uma resposta. Foram semanas parado na fisioterapia e ninguém resolvia o meu problema, brigava com os médicos diariamente.

No mês de julho refiz, mais uma vez, os exames e nada do que foi proposto pelos médicos alterou o resultado dos exames anteriores, já que todos sabiam que a única solução desde o começo era a cirurgia. Conversei então com o meu empresário e ele encaminhou os exames para um médico de nossa confiança, que apenas olhando aqueles papéis descreveu tudo o que eu sentia quando andava e tentava correr, falou que a única solução era passar imediatamente por uma cirurgia de artroscopia. Passei isso para o departamento médico do Sport e eles tentavam justificar e me convencer que eu não precisava passar por uma cirurgia e que só com trabalhos fisioterapêuticos eu iria melhorar. Passado quase dois meses da minha lesão o discurso médico era sempre o mesmo, até que em julho mudou o departamento médico inteiro. Saíram sem ao menos me dar uma explicação ou solução do meu caso.

Com a chegada do novo departamento médico mostrei todos os meus exames e expliquei toda a minha situação, e eles realmente viram que eu precisava de uma cirurgia urgente. Eu e o meu empresário pedimos para que essa cirurgia fosse feita com um médico de nossa confiança e esse pedido foi negado. O clube me fez fazer a cirurgia com um médico que não era do Sport (sendo que eu não pude fazer com o meu, justamente por não ser do Sport) e eu se quer sabia do histórico desse médico. Na data do dia 24/07/21 foi feita a cirurgia, sem ao menos me pedirem os exames básicos pré cirúrgico. A minha volta aos gramados estava programada para aproximadamente 40 dias após a cirurgia. Depois de um mês na fisioterapia comecei a fazer transição para academia e campo, mas ainda estava sentindo fortes dores e sem conseguir fazer os trabalhos, então avisei aos médicos e eles falavam que no início era normal, justificavam que eu estava muito tempo parado. Novamente confiei no departamento médico.

As dores eram piores do que antes da cirurgia, até que na data 08/09/21 durante um treino de transição falei aos doutores que não iria continuar porque essas dores não eram normais. Voltei para fisioterapia onde os fisios sempre cuidaram muito bem de mim e fizeram de tudo para que eu voltasse, mas o que eu tinha ia além do que eles podiam fazer. Chegava no clube todos os dias perguntando para eles o que seria feito porque eu queria voltar a jogar. Todos me davam desculpas, chegaram a falar que não tinha mais o que ser feito e tentavam me convencer a jogar mesmo lesionado. De tanto reclamar da dor refiz os exames e adivinhem? Os exames mostravam que eu estava pior do que antes da cirurgia que foi feito pelo médico de “confiança deles”.

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