Presidente do Grêmio critica CBF, não pensa em futebol e desabafa: “Estamos em modo sobrevivência”

Alberto Guerra desabafou em entrevista dada à ESPN durante esta terça-feira

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O presidente do Grêmio, Alberto Guerra, usou a entrevista desta terça-feira à ESPN para fazer um desabafo em relação ao que vem sendo vivenciado no Rio Grande do Sul. Em crítica à CBF, que suspendeu apenas os jogos dos gaúchos e não interrompeu o Brasileirão, o mandatário gremista avaliou que é “impossível” pensar em futebol no meio de mortes, desaparecidos, bloqueios de estradas e avanço das águas em uma enchente histórica no Rio Grande do Sul.

A realidade vivida pelo Rio Grande do Sul

Estão sendo momentos muito difíceis. Acho que é um momento importante para tentarmos passar para o centro do país o que a gente está vivendo aqui. A gente sabe da pauta do futebol, mas é impossível falar de futebol agora. Temos muitas pessoas próximas como colaboradores, funcionários e jogadores com famílias assustadas, sem suas casas, saindo de bote. Eu classifico esse momento ainda de salvamento. A água ainda não cedeu e para as pessoas que ficaram nas suas casas, no segundo andar, começa a faltar água potável, alimento e continuam precisando de resgate. Parece que isso não acaba nunca. No Vale do Taquari, tivemos cidades que foram riscadas do mapa, pelo tamanho da devastação. Estamos em modo de sobrevivência, tentando ajudar uns aos outros

Impossível pensar em futebol agora

Temos jogadores do Grêmio, do Inter, que não param de ajudar os outros. Não tem como pensar em futebol enquanto a gente não superar ao menos essa primeira fase de salvamento. Depois vem a ajuda humanitária e aí sim a reconstrução. É impossível eu, como presidente, convocar os colaboradores do CT e os jogadores para pensar em treinar e jogar. Não consigo vislumbrar isso em um curto período de tempo. É o momento de ajudar, de socorrer quem precisa, para depois sim pensar em como enfrentar o nosso calendário

Mensagem enviada para a presidência da CBF

Eu mandei mensagem para o presidente da CBF, mandei mensagem no grupo da Libra também, porque eu acho que o futebol é festa. É alegria. E não tem como jogar. Quando eu mandei as mensagens, a devastação nem tinha chegado em Porto Alegre. Ainda não se sabia o tamanho do que aconteceria na capital e na Região Metropolitana. Já não nos sentíamos bem jogando, tendo a base da nossa torcida, que vem do interior do RS, totalmente afetada. A distância talvez faça com que o centro do país não veja a exata dimensão da tragédia

Campeonato deveria parar

Eu não me sentiria bem jogando campeonato e comemorando gol se um estado como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, estivesse vivendo a situação que o RS está atualmente. Os times daqui vão demorar para conseguir receber jogos. Eu sou da opinião de que pelo menos nesta rodada, ou duas, o campeonato deveria parar por inteiro. Ou vai parecer que o RS não faz parte do Brasil. Mas sei que não é o que todos pensam, muito pelo contrário

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