“Espetacular”, Matias diz que jogou na posição errada no Inter e queria ficar mais

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Desembarcava no início de 2010 em Porto Alegre um reforço “espetacular”. Foi com essa palavra que o então vice-presidente Fernando Carvalho definiu a vinda do volante Wilson Matias, ídolo no Monarcas Morelia, do México. Mas a passagem pelo jogador entre 2010 e 2011 no Inter poderia ter sido melhor, sobretudo se, segundo ele, tivesse sido escalado em sua função correta. Confira na conversa abaixo:

Zona Mista: Como você define a sua passagem pelo Inter e qual a emoção de ter vencido a Libertadores de 2010?

Wilson Matias: Minha passagem pelo Inter foi muito boa e tive um crescimento enorme profissionalmente. Se eu tivesse jogado em minha posição, de segundo volante, poderia até ter sido melhor. Ter sido campeão da Libertadores de 2010 foi a realização de um grande sonho que eu tinha na carreira.

ZM: Olhando para trás, você já encontrou uma resposta sobre o Mundial de 2010? O que deu errado na partida contra o Mazembe?

WM: Quando se perde é muito difícil colocar desculpas no objetivo não alcançado, mas no meu ponto de vista acredito que tenha sido muita confiança do time e acabamos subestimando o time do Mazembe. Eu diria que foi isso, um excesso de confiança do nosso time.

ZM: Antes da sua contratação, o então dirigente Fernando Carvalho acabou dando o rótulo de “contratação espetacular”. Isso te atrapalhou de alguma forma?

WM: Acabou criando, sim, uma dificuldade. Um pouco porque criou uma grande expectativa em cima de mim, mas vejo que a contratação seria “espetacular” porque foi uma grande dificuldade a negociação porque eu era ídolo de um time fora do país, no Morelia, do México. Tenho a convicção de que se tivesse jogado na minha posição, quando foram me ver jogar de segundo volante, eu poderia ter ficado mais tempo no Inter.

ZM: Nos últimos jogos, no Beira-Rio, torcedores fizeram protestos fortes com faixas “lutar é obrigação” e pedindo pros jogadores serem mais guerreiros. Como o atleta recebe isso? Há um exagero da torcida?

WM: Eu acho que os torcedores têm total direito de protestar da forma que acharem melhor. Os jogadores têm que ter consciência que, quando o resultado não vem, este tipo de manifestação é normal. E tem alguns jogadores que tomam como pressão e outros recebem como uma motivação para treinar mais e ter melhor resultado em campo, isso vai de cada jogador.

ZM: Para encerrar, tem acompanhado o time do Inter? Acredita que ainda é possível ser campeão do Brasileirão?

WM: Sim, tenho acompanhado de perto o Inter, mas acho muito difícil ser campeão brasileiro pelo número de pontos no momento. Aquela partida contra o Flamengo no Maracanã era crucial para o Inter aspirar ser campeão ou não.