Edinho afirma que só foi para o Grêmio por negociação fracassada com o Inter: “Abel avisou que daria m…”

Ex-volante Edinho concedeu declarações em entrevista ao jornalista Duda Garbi

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Campeão de praticamente tudo pelo Inter entre 2003 e 2009, Edinho teve a chance de retornar ao clube em 2014 ao não renovar com o Fluminense nem aceitar proposta milionária dos Emirados Árabes. Ele garante, conforme entrevista dada ao jornalista Duda Garbi, que estava decidido a “voltar pra casa” em meio às negociações com a direção colorada da época, que, posteriormente, voltou atrás e desistiu.

Edinho afirma nunca ter contado publicamente esta história, que, na prática, revela que a sua ida para o Grêmio em 2014 só aconteceu pela desistência do Inter – na oportunidade, o time colorado era treinado por Abel Braga e dirigido pelo presidente Giovanni Luigi, com Marcelo Medeiros de vice de futebol.

“Vou falar abertamente. Nunca contei essa história e vou abrir. Eu estava no Fluminense e tinha a chance de renovar por dois anos. O Rodrigo Caetano estava lá na época e disse que não poderia ser dois anos, no máximo um. O Abel vai pro Inter. E dá uma entrevista dizendo que queria repatriar Edinho, Sobis e tal. Parte da torcida diz que sim, parte da torcida diz que não, porque alguns que voltaram não foram bem. E começa a negociação para eu voltar pro Inter”, comentou Edinho, antes de ampliar:

“Nesse intervalo, recebo uma proposta de um time dos Emirados Árabes. Recebi um e-mail com proposta de 10 meses, 2 milhões de dólares, uma parada surreal. Só que eu estava tratando com o Inter a possibilidade de voltar. E trato com o Fluminense a minha renovação. Abri três frentes para poder negociar. Falei com o pessoal do Inter: ‘Veja o que conseguem me pagar, que eu quero voltar pra casa’. E os caras me disseram para ficar tranquilo que eu iria voltar”.

Grêmio “salvou” Edinho

Sem Fluminense, sem Emirados Árabes e com o Inter desistindo, Edinho revela ter começado 2014 “desesperado” pela falta de mercado. Até que surge uma ligação de Rui Costa, então diretor-executivo do Grêmio:

“Liguei pro Fluminense, agradeci e disse que não renovaria. Recusei o clube dos Emirados também. E beleza. Aguardei o Inter, mas daqui a pouco passa dois, três, quatro dias. Ligo, ninguém atende. Até que me dizem: ‘Todos os caras que voltaram não foram bem e a gente não vai poder te trazer nesse momento’. E eu: ‘Como assim, cara?’. Não tinha mais Fluminense nem Emirados. Eu estava desempregado. Só me disseram depois: ‘Sinto muito, não vai dar’. Fiquei desesperado”, comentou.

“Passou dois ou três dias e me liga o Rui Costa, que era executivo do Grêmio. Ele me pergunta: ‘Você é homem?’. E eu, rindo: ‘Tem um negócio aqui que diz que eu sou (risos)’. Perguntou se eu queria ir para o Grêmio. Falei que sim. E tinha uma passagem para eu ir já no dia seguinte de manhã. E fui para o Grêmio nessas condições. Eu perdi uma situação de ganhar grana nos Emirados Árabes, não renovei com o Fluminense e fui para o Grêmio. Meu pai falou: ‘Você é maluco’. Mas vou fazer o quê? Não tinha mais clube para jogar”, ampliou.

Abel deu conselho – e se preocupou

Abel Braga, que era favorável à volta do volante ao Inter, ainda o alertou sobre a sua escolha final: ‘Vai dar m…’. O hoje diretor técnico do Vasco também tinha comandado Edinho nos anos anteriores no Fluminense:

“Liguei pro Abel. ‘Abel, tô em Porto Alegre, acertei com o Grêmio’. E ele: ‘Você está maluco’. Eu disse que tinha ficado sem mercado. Tenho um carinho especial por ele. E ele: ‘Vai dar m…’. Cheguei no Grêmio e o Fábio Koff, que era o presidente, me chamou: ‘Ô garoto, lá no outro lado você dava porrada em todo mundo, agora quero ver se vai dar também aqui comigo’. E eu: ‘Pode ficar tranquilo'”, finalizou.

Edinho ficou no Grêmio até a metade de 2016, quando perdeu espaço e foi cedido ao Coritiba. Ele ainda atuou por CSA e Ceará até encerrar a carreira no Vila Nova há três anos.

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