Ainda sem poder utilizar a estrutura da Arena, o Conselho Deliberativo do Grêmio se reuniu no auditório do Prédio 40 da PUCRS nesta segunda-feira e apresentou demandas aos homens de futebol do clube, como o vice Antônio Brum, o executivo Luís Vagner Vivian, além, claro, do presidente Alberto Guerra. Um dos temas levantados pelos conselheiros foi o “critério” para a contratação de JP Galvão, que já pediu a sua saída antecipada do clube.
De acordo com o conselheiro Antônio Dutra Júnior, que passou a sua análise da reunião em entrevista à Rádio Imortal, Brum teria respondido que as “premissas” para a contratação de JP Galvão foram as mesmas utilizadas para contratar Suárez. O mesmo conselheiro disse ter saído com a percepção de que não virá nenhum grande nome nesta nova janela que reabre na quarta-feira.
“Algumas explicações eu acredito que os conselheiros poderiam receber. Foi perguntado, por exemplo, os critérios utilizados nas contratações. Acho que poderiam ter sido elencados os critérios, não vejo nada sigiloso nisso. A resposta do vice de futebol foi que os mesmos critérios utilizados para contratar o JP Galvão foram utilizados para contratar o Suárez (…) Foi apresentado um rol de dificuldade para contratações. Minha percepção particular é de que não teremos grandes nomes”, comentou Dutra Júnior.
Mais cedo, em reunião com a Geral do Grêmio, Guerra prometeu a chegada de três reforços: um ponta, um meia e um centroavante. Porém, aos conselheiros, ele reforçou o quanto o futebol está “inflacionado” atualmente, chegando a dizer que o salário que foi pago a Suarez é considerado hoje como “dinheiro de pinga” no mercado.
Reforços na zaga, Cuiabano e mais
Sabatinados pelos conselheiros, os dirigentes do Grêmio precisaram tratar de diversos pontos e decisões tomadas na atual temporada, como a venda de Cuiabano ao Botafogo. Brum, segundo o conselheiro Décio De Marchi, valorizou as contratações de 2024 para a defesa e entre os goleiros:
“Eu julgo como lamentável a postura do presidente Guerra e da direção, trazendo números da temporada passada, exaltando o vice da Recopa Gaúcha em Ijuí e escutando o Brum falar que o Grêmio se reforçou bem na defesa com Rodrigo Caio e Jemerson, sendo que nem jogaram ainda. O Brum disse que o clube se reforçou bem entre os goleiros neste ano. Eles não estão na realidade. O presidente disse ter convicção que o time sairá dessa, pois tem convicção nos dirigentes, no técnico e nos jogadores. Perguntei o critério da venda do Cuiabano e da contratação do Mayk. Falaram que o Cuiabano foi uma ocasião de negócio, que vinha de várias lesões, não era utilizado e foi vendido”, relatou De Marchi.
Brum e Guerra falarão mais?
Por protocolo adotado pela presidência do Grêmio especialmente para este ano, os dirigentes – salvo raras exceções – não dão mais entrevistas após os jogos. Este foi um dos temas questionados pelos conselheiros e a resposta da direção é que eventuais manifestações poderiam gerar certa “incoerência” com as falas do treinador, que tradicionalmente dá coletiva depois das partidas.
A última vez que o presidente Alberto Guerra concedeu entrevista pós-jogo foi após a derrota de 1×0 no Gre-Nal, no Couto Pereira, pelo Brasileirão. Na ocasião, ele deu poucas respostas e o ambiente da entrevista, em um corredor apertado do estádio, irritou os repórteres que estavam presentes.