“Comecei a chorar…”: Sobis relembra perda do amigo Fernandão e cita convívio “iluminado”

Atacante Rafael Sobis formou dupla de ataque com Fernandão entre 2005 e 2006 no Inter

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Ainda iniciando a sua trajetória profissional com a camisa do Inter, o então jovem atacante Rafael Sobis se deparou com aquele que se tornou praticamente um segundo pai na carreira e na vida: Fernandão. Ali, a partir do segundo semestre de 2004, se formava a dupla de ataque que quase daria o título brasileiro ao colorado em 2005 e que se consagraria ao vencer a Libertadores de 2006.

A relação de grande amizade entre Sobis e Fernandão se manteve até o ano de 2014, quando, de forma trágica, o eterno capitão colorado perdeu a vida em um acidente de helicóptero em Goiás. Na última semana, ao Charla Podcast, o ex-atacante, emocionado, falou do sofrimento que foi ao receber a notícia e ter que conviver com a perda:

“Esse cara faz muita falta. Eu posso falar, ele foi meio que um pai para mim. Muita gente fala dele, mas não conviveu com ele. Como ele não está mais aqui, é bonito falar. Ele é um cara que deixava aprendizado. Nunca tive contato com alguém tão iluminado. Ele nasceu para o Inter. No primeiro jogo, fez o gol 1000 do Gre-Nal e eu chego no ouvido dele para dizer isso. E as coisas vão acontecendo, mas infelizmente nos deixou. O Fernando era demais. Ele realmente foi tudo isso que falam. Uma pena, pois tinha muito a nos ensinar”, disse Sobis, antes de ampliar:

“Foi a pior notícia da minha vida a morte dele. Eu estava no Fluminense e estava indo para as Laranjeiras em um sábado de manhã. Tínhamos um amistoso contra a Itália. Estou indo e toca o meu telefone. Era alguém da Rádio Gaúcha falando da notícia. Foi um soco pra mim. Algo completamente do nada. Eu, dirigindo, parei em um túnel e comecei a chorar. Aquele túnel ficou interminável. Aí perdi o sinal da internet, fiquei sem saber o que fazer. Liguei para o meu empresário, que começou a resolver algumas coisas. O Fluminense me liberou e eu voltei para casa”.

Sobis evitou ir ao enterro

Vários jogadores, alguns ex-Inter, outros vinculados ao Goiás, fizeram questão de dar o adeus a Fernandão no velório realizado em Goiânia, mas Sobis, assim como Paulo Cesar Tinga, não quis estar presente. O antigo atacante colorado explicou as suas razões na mesma entrevista:

“Eu tinha comprado passagem para ir ao velório em Goiânia, mas a galera que estava perto de mim achou melhor eu não ir, pois não iria fazer bem para mim. Eu só chorava, estava destruído. Fiquei um dois dias ferrado”, lembrou.

Fernandão jogou no Inter de 2004 a 2008, tempo suficiente para se tornar capitão, referência técnica, ídolo da torcida e campeão da Libertadores e do Mundial. Depois, ainda voltaria ao clube para ser diretor de futebol em 2011 e posteriormente treinador em 2012. Antes de falecer, ele havia acertado para ser comentarista do SporTV na Copa do Mundo no Brasil em 2014.