O volante colorado Edenilson protestou no Instagram na tarde desta quarta-feira assim que tomou conhecimento do laudo do Instituto Geral de Perícias, o IGP, que avaliou ser “inconclusiva” a fala do lateral Rafael Ramos, do Corinthians. O jogador do Inter sustenta a versão de ter sido chamado de “macaco” pelo rival no jogo do dia 14 de maio, no Beira-Rio, no empate em 2×2 pelo Brasileirão.
Em forte reação, Edenilson anexou a palavra “macaco” no seu nome na bio do Instagram e lamentou no story com uma foto em que aparece com a boca coberta:
“Não iriam nos calar? Já nos calaram. Se ofendidos aceitem, engulam a seco. Finjam que não escutaram, é uma luta desleal. É uma luta inconclusiva!”, disparou o jogador.
Edenilson se manifesta em protesto pelo laudo da perícia ter sido publicado como inconclusivo no caso do lateral Rafael Ramos, do Corinthians. @rdgrenal pic.twitter.com/Y6BuECzPAb
— Bruno Soares (@brunosreporter) June 8, 2022
Edenilson faz protesto no seu Instagram por conta da perícia ter sido inconclusiva. @rdgrenal pic.twitter.com/Fr49oIO1dF
— Bruno Soares (@brunosreporter) June 8, 2022
O IGP informou que quatro vídeos foram enviados para análise, mas apenas um foi selecionado (por apresentar maior parte da cena e melhor qualidade de sinal). Desta gravação, foram extraídos 41 frames. Ambos os jogadores já prestaram depoimento em audiências no STJD, que corre em paralelo à investigação na área criminal. Os dois mantiveram as suas versões já conhecidas do episódio.
A delegada Ana Luiza Caruso aguardava o laudo do IGP para dar o devido encaminhamento ao inquérito. No dia dos fatos, Ramos chegou a ser detido em uma sala do Beira-Rio e só foi liberado após o pagamento de fiança no valor de R$ 10 mil.
Confira a nota do IGP sobre o caso envolvendo Edenilson:
“O Instituto-Geral de Perícias remeteu hoje à 2a Delegacia de Polícia de Porto Alegre o Laudo Pericial sobre o pedido de perícia de leitura labial acerca dos fatos ocorridos em jogo no Estádio Beira Rio em 14 de maio.
Quatro vídeos foram enviados para análise. Um deles foi selecionado, por apresentar maior extensão da cena questionada e melhor qualidade de sinal. As imagens foram tratadas com softwares de melhoramento e apresentaram qualidade suficiente para análise. Da cena questionada, foram extraídos 41 frames.
Não sendo possível identificar os movimentos realizados na porção interna da cavidade oral do jogador de camiseta branca, é tecnicamente inviável localizar todos os vestígios que definem a sequência de consoantes e vogais emitidas. A maior parte dos gestos que compõem a fala ocorrem justamente no ambiente intraoral ou em outras porções internas, como a faringe e a laringe. Nem em vídeos com excelente qualidade de imagem é possível obter as informações do que se passa na parte não visível do aparelho fonador.
Sobre o pedido de exame pericial de leitura labial, ressalta-se que não foi encontrada metodologia científica, aplicada à análise forense de vídeos, que sustente esse tipo de trabalho. Existem apenas publicações sobre percepção visual da fala e aprendizagem de leitura labial. Além disso, o registro enviado não possui o som das falas que interessavam à investigação, tornando impossível a perícia de áudio.
Por essas razões, é impróprio que a perícia criminal oficial do Estado afirme, com responsabilidade do ponto de vista processual e científico, o que foi proferido pelo jogador na cena questionada. O Laudo afirma que “sem que haja o respectivo sinal sonoro para realização de adequada análise percepto-auditiva e acústica, é conceitualmente inviável a definição confiável e inequívoca da pauta sonora proferida por um indivíduo a partir, exclusivamente, das informações relativas aos gestos articulatórios componentes que sejam exteriormente visíveis (como os de lábios e mandíbula)”. O documento afirma ainda que “resultados advindos da tentativa de mapeamento do que teria sido enunciado por um locutor questionado em uma imagem sem o áudio de fala associado (e consequente sinal acústico) seriam meramente exploratórios, representando muito mais conjecturas em torno de possibilidades anatomofuncionais do que evidências materiais per se”.”
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