Andrezinho, sobre o Mazembe: “Nossa preparação lembrou a da seleção na Copa de 2006”

Do banco de reservas, Andrezinho viu o Inter sucumbir diante do Mazembe em uma tragédia anunciada naquele ano de 2010. Uma década depois, o ex-meia demonstra entender a surpreendente derrota de 2×0 na semifinal do Mundial para o time desconhecido do Congo: faltou uma preparação adequada e um estudo do adversário.

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Em entrevista na última semana ao canal Vozes do Gigante, do YouTube, Andrezinho ainda comparou a preparação colorada para o Mundial de 2010 com a da Seleção Brasileira na Copa da Alemanha em 2006. Badalação, festa da torcida, euforia e pouca concentração.

“Não foi uma preparação adequada para aquele jogo. Acredito que a euforia dos torcedores… lembro que no dia da viagem o Beira-Rio estava lotado. Fomos lá fazer uma grande festa com eles nessa despedida. Ali, não foi a preparação ideal. Pra mim, lembra muito a seleção brasileira quando perdeu a Copa de 2006”, falou o ex-jogador, antes de concentrar:

“Igual uma luta de boxe. Você tem que estudar o seu adversário para não ser surpreendido. Você tropeça em pedra pequena, a grande você está vendo. E ali a gente não sabia nada do Mazembe. Faltou essa preparação. Em algum momento a gente se perdeu nesse sentido. Não precisa saber o nome do jogador, onde jogou, nada disso. Mas precisa saber qual é lado mais forte, onde atacam mais, qual pode ser o lado mais fraco. Faltou essa preparação e por isso fomos surpreendidos”.

Mágoa com Celso Roth

Sincero, o então meia colorado admitiu ter ficado bastante magoado com o técnico Celso Roth por não ter tido a chance de entrar na fatídica partida.

“Esse Mundial de 2010 foi o momento mais frustrante na minha carreira. Fiquei muito triste, cara. Assim que o Fossati saiu, eu estava em um momento muito bom. Tínhamos passado toda aquela fase da Libertadores e imaginei várias situações pro Mundial. Ninguém esperava aquele jogo do Mazembe. Deu tudo errado. Me frustrei pela eliminação, já que todos falavam que daria Inter contra Inter. Mas eu tenho uma frustração pessoal de não ter nem entrado, nem participado daquele jogo. Me senti desprestigiado”, disse, antes de completar:

“O momento pós-derrota vira um cemitério. Silêncio total. E eu sempre respeitei a hierarquia. A pessoa estando certa ou errada… eu sou comandado. Não cabia naquele momento eu questionar alguma coisa. Eu estaria sendo covarde ou tirando o meu da reta cobrando em um momento de tristeza. Mas fiquei muito triste por não ter jogado”.

Campeão da Sul-Americana, do Gauchão, da Suruga, da Libertadores e da Recopa pelo Inter, Andrezinho cumpriu uma bonita história no Beira-Rio de 2008 a 2011.

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