O vice-prefeito de Porto Alegre, Ricardo Gomes, protestou nas redes sociais contra a postura do técnico gremista Roger Machado em “linkar” o atual presidente Jair Bolsonaro com o crescimento dos casos de racismo no futebol. No Twitter, o político local considerou em postagens no Twitter uma “idiotice” o fato de o treinador ter tido tal postura.
“Treinador do Grêmio tem todo o direito à sua opinião política, mas se quer fazer discurso eleitoral não deveria se valer dos espaços do clube (ou o clube fica refém da ideologia de seus funcionários). Sócio paga mensalidade para ter um time jogando bem, não para fazer palanque”, declarou Gomes, antes de acrescentar:
“Racismo é grave e o Grêmio se esforça para combatê-lo. Culpar o Presidente da República por isso é uma idiotice. Quem comandava o Brasil quando fomos excluídos da Copa do Brasil por um ato de racismo? De novo: cada qual com sua opinião. Outros treinadores já abriram suas preferências políticas. Tudo certo. Só não use o espaço do clube para isso”.
Racismo é grave e o Grêmio se esforça para combatê-lo. Culpar o Presidente da República por isso é uma idiotice. Quem comandava o Brasil quando fomos excluídos da Copa do Brasil por um ato de racismo?
— Ricardo Gomes (@RicardoGomesPOA) April 28, 2022
Roger, em entrevista nesta semana à agência francesa de notícias AFP, fez a seguinte declaração a respeito do que pensa sobre o racismo no esporte:
“Aumentam da mesma forma que os atos discriminatórios na sociedade. (…) Os que acreditam estar perdendo parte de seus privilégios nessa rede que o racismo construiu durante 500 anos reagem de forma mais agressiva. É um processo relacionado com uma cultura de ódio que vivemos com muito mais força nos últimos quatro anos no Brasil. Mas não é uma situação regional, é global”, declarou o treinador do Grêmio, antes de criticar Bolsonaro sem citar seu nome:
“Os indivíduos (racistas) que estavam escondidos (porque a sociedade os reprimia) se sentem autorizados a se manifestar segundo as posturas e pontos de vista do líder da nação, (porque estes) são convergentes. Temos que resistir, porque sua intenção é que retrocedamos, e isso não podemos permitir”.