Ramírez diz que só dois clubes no Brasil seguem “projeto” e indica arrependimento por ter vindo ao Inter

Treinador espanhol mostrou críticas à forma como o Inter foi conduzido internamente em sua época

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Se pudesse voltar atrás, Miguel Ángel Ramírez não teria assinado com o Inter. Esta foi a indicação feita em sua entrevista ao Conexión DirecTV, do Equador, lamentando que, no Brasil, dentro do que conseguiu observar, somente Bragantino e Athletico seguem “projeto” de futebol. Ramírez é o novo treinador do Charlotte FC, dos EUA, com estreia apenas em 2022.

“Seguramente, se eu tivesse mais informações do que havia dentro do clube eu poderia ter escolhido melhor o que escolhi. Tivemos momentos lindos e uma boa convivência com empregados, jogadores. Tudo que tivemos em nossas mãos com os jogadores nós fizemos. Mas no Brasil só dois clubes são coerentes com a palavra “projeto” que são Bragantino e Athletico”, lamentou.

Ramírez ficou cerca de 100 dias no Inter e foi demitido no dia seguinte à queda em casa para o Vitória na Copa do Brasil – por Covid-19, ele sequer esteve na casamata naquela noite.

“Foi uma etapa de aprendizado e de crescimento. E também de me dar conta de que em quais lugares quero estar e em quais não quero. Creio que não sirvo para fazer as coisas de qualquer maneira. Senti que havia me equivocado. Mas, se foi assim, era porque deveria passar por essa experiência”, ampliou.

A perda do Gauchão para o Grêmio e uma goleada de 5×1 do Fortaleza na Arena Castelão pelo Brasileirão se somaram à eliminação na Copa do Brasil como determinantes para a saída de Ramírez do Inter. Em sua contratação, a gestão do presidente Alessandro Barcellos apostou em contrato longo até dezembro de 2022.

Foram 22 partidas, com 11 vitórias, sete derrotas e quatro empates, gerando um aproveitamento de 56% em cerca de três meses de trabalho em Porto Alegre. Diego Aguirre foi o escolhido para o cargo desde então.