Paolo Guerrero poderá voltar a atuar ao lado de velho conhecido de Seleção e realizar sonho do jogador

Guerrero e Jeferson Farfán podem encerrar a carreira juntos pelo mesmo clube

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A qualquer momento, o Internacional poderá anunciar o fim do vínculo com Paolo Guerrero após quase três anos de contrato com o peruano. Ainda na noite de segunda-feira (11), a assessoria colorada informou que a direção sentou com representantes do jogador para tratar do assunto de contrato e tentar fazer uma negociação de “comum acordo”, uma vez que próprio centroavante já havia tentado meses atrás. O desfecho ainda não foi encerrado e, sendo assim, o atleta ainda é jogador do Inter. Dispensado para resolver problemas pessoais, ele não está à disposição nas atividades diárias do clube.

Convocado por Ricardo Gareca, treinador da Seleção Peruana, o jogador teve que ser cortado por voltar a sentir o joelho direito, o mesmo que operou no ano passado e que o deixou de fora de muitas partidas oficiais do Inter e também do Peru.

O jornal do Peru, “El Bocón”, que entrevistou o irmão de Paolo Guerrero, revelou que o gringo irá viajar à Alemanha para tratar do problema da lesão que o tem deixado frustrado por não conseguir participar de um jogo inteiro – no Inter, ele tem ficado no banco de reservas e entrado no decorrer do segundo tempo.

Paolo Guerrero pode voltar a jogar ao lado de velho conhecido

Se confirmada a rescisão de contrato, Paolo Guerrero já teria destino provável para trabalhar na próxima temporada, após sentir-se bem com o joelho. Todos jogadores têm seus sonhos de consumo, alguns bem identificados com clube onde fez história, outros com seu time do coração revelado. Aos seus 37 anos, quase 38 em janeiro, Paolo Guerrero poderá voltar a jogar no Alianza Lima, onde é grande ídolo da torcida que o aguarda há quase duas décadas.

Lá voltaria a ver um velho amigo conhecido e realizaria a vontade de Jeferson Farfán, seu antigo parceiro também de Seleção. Além disso, entraria para a história em defender um clube de seu país pela primeira vez após se profissionalizar.

Paolo Guerrero e Farfán começaram juntos e encerrarão carreira juntos?

A vida os tinha unido já antes de pisarem em campo de futebol. Ambos dividiram as mesmas salas do colégio Los Reyes Rojos, do distrito limenho de Barranco, que lhes outorgou uma bolsa de estudos. O diretor do colégio estava também na direção do Alianza Lima quando ambos jogaram no juvenil e assim tudo ficou fácil. Suas vidas deram uma volta radical a partir de então. Depois, Paolo Guerrero foi para a Alemanha atuar no Bayern de Munique; já Farfán iniciaria sua carreira entre os profissionais do Alianza Lima para logo ir ao futebol europeu.

Farfán, hoje com 36 anos, foi anunciado em março deste ano no Alianza Lima, após 17 anos de ter deixado o clube. Ainda na entrevista de apresentação brincou que “traria Paolo Guerrero nem que seja pelos cabelos” para que os dois pudessem jogar juntos pelo mesmo time com intenções de se aposentarem ao mesmo tempo. Ambos são donos da artilharia da Seleção, tendo Paolo Guerrero como líder com 39 gols e Farfán como terceiro maior artilheiro com 22 gols.

Mas como que um jogador que nunca jogou por um clube em seu país é ídolo da torcida do Alianza Lima?

Guerrero, na época mascote do Alianza, posa com o tio, morto em desastre aéreo (Foto: Reprodução/Twitter)

Aos 3 anos, Paolo Guerrero perdeu seu tio José “Caíco” Gonzales, que era goleiro do Alianza Lima. Seu parente morreu em uma queda de avião em 1987, e ele foi uma das vítimas do desastre aéreo que tirou a vida de 43 pessoas, incluindo jogadores e membros da comissão técnica da equipe.

Diante disso, Paolo Guerrero ficou traumatizado e toda vez que subia em um avião voltavam lembranças de quando era criança. Somente voltou a ter uma confiança maior por aviões após muitas consultas com psicólogos.

Guerrero amedrontado em vôo para os EUA, no início de 2015 (Foto: Reprodução/Instagram)

“Tenho um pouco de medo sim, mas estou superando. Estarei lá. Jogar contra o Chelsea seria lindo”, afirmou, em 2012, dias antes de jogar contra o Chelsea, vestindo a camisa do Corinthians.

Após este acidente, Paolo Guerrero foi coroado como mascote do clube em homenagem ao seu tio que o levava em jogos do Alianza. Paolo Guerrero cresceu jogando nas categorias de base do clube por 10 anos. Lá, ele marcou mais de 200 gols no infanto-juvenil.

Apesar de nunca ter vestido a camiseta como jogador profissional no Alianza Lima, formou-se após ter jogado na categoria de base do Bayern de Munique. Depois saiu para fazer seu nome pelo mundo. Desde então, Paolo Guerrero é o maior ídolo da torcida do Alianza Lima.