
Fora dos planos do Grêmio para a continuidade da temporada, o centroavante JP Galvão se manifestou pela primeira vez desde a saída nesta quinta-feira durante entrevista ao jornalista Duda Garbi, no YouTube. Contratado no meio do ano passado, ele deixou o clube com apenas 3 gols feitos e deu detalhes de tudo o que aconteceu em sua passagem por Porto Alegre.
Cobrança excessiva e “culpa” pela má fase no Grêmio
“Uma das conversas que eu tive com o Renato bem no começo do Gauchão foi ele pedindo para eu parar de me cobrar tanto. Ele dizia: ‘Você não vai chutar 10 bolas e fazer 10 gols’. Isso me atrapalhou no Grêmio. Eu me cobrar tanto em ter que dar o resultado a qualquer custo. Quando você perde essa tranquilidade de viver o momento do jogo, você não consegue render. Eu saio com a sensação de que a culpa é exclusivamente minha”
Escolha pelo Grêmio em 2023
“A direção do Grêmio fez muito esforço para me contratar, mas eu também escolhi o Grêmio. Tive a proposta do Botafogo na mesa. Era o líder do campeonato naquele momento, mas eu quis estar no Grêmio. Tive a sensação que era a escolha certa e não me arrependo. Futebol também é você aprender, você ter experiência”
Tratamento interno
“Quando começou o Gauchão, eu fui vaiado todos os jogos. Desde lá. Isso é fato. Não consegui fazer gol, as coisas não foram bem. Virou uma bola de neve. Mas dentro do clube eu fui privilegiado por tudo que aconteceu. Sempre fui tratado do melhor jeito possível, seja diretoria, comissão, Renato. Posso dizer isso com toda a certeza”
A falta de gols
“A relação do JP Galvão ser titular ou não, ajudar ou não, externamente, já era algo ‘cansado’. É a sensação que se tinha do estádio. Os últimos meses pós-enchente as coisas já não estavam bem como clima. Nos jogos contra Cuiabá e Athletico, achei que joguei bem, mas não foram os melhores jogos pelo Grêmio. Pareceu que melhoraria. Tudo é ligado ao gol. Quando não tem gol e não tem vitórias… por isso a culpa é minha. O único que poderia mudar isso era eu, fazendo gol”
O pedido para ir embora do Grêmio
“Foi na manhã pós-Palmeiras. Falo de coração aberto com toda a sinceridade. Eu fui vaiado o Gauchão inteiro, não era questão de ser vaiado. Sou homem, não tem problema nenhum, muitas vezes eu ajudei. Mas naquele jogo contra o Palmeiras eu pedi para ir embora porque achei que a minha situação atrapalhou o time. Ganhamos contra o Fluminense, dá aquela respirada, aí a gente abre 2×0 contra o Palmeiras com o estádio lotado. Era tudo festa e o time estava jogando bem. A torcida estava com a gente, era o 12° jogador. Mas quando eu entro vem aquela onda de vaia. Esperava a vaia, mas não do estádio todo como aconteceu. Aí a gente leva um gol e parecia que a gente estava levando 5×0. E vem o empate”
Conversa final com o técnico Renato Portaluppi
“Eu já queria falar com o Renato depois do jogo. Mas não quis que parecesse que fosse algo de cabeça quente. E aí falei com ele no dia seguinte. Contra o Palmeiras, a minha situação prejudicou o time. O meu ambiente atrapalhou, não eu individualmente”
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