Aposta da direção do Inter de 2016 após a saída de Argel Fucks, Paulo Roberto Falcão não teve mais do que cinco jogos para trabalhar na campanha fracassada que gerou, de forma inédita, o primeiro rebaixamento da história do clube. Ele voltou a dar detalhes de bastidores da sua curta passagem em entrevista recente concedida ao jornalista Duda Garbi.
De acordo com Falcão, o grande problema do time naquele momento já era o fator emocional, algo que o fez pedir um grande levantamento para um grupo de psicólogas. Quando o treinador iria colocar em prática o que recebeu das profissionais da área, foi demitido:
“O craque do time quase sempre é o emocional, o cara estando bem da cabeça ele desempenha sua função com naturalidade. Se eu não fosse demitido iria ter jeito, eu tinha eles na mão, o lado emocional deles e aí me demitiram. Tínhamos duas psicólogas e mais uma de São Paulo, que me entregaram um mapeamento do perfil do grupo. Quem ficava mais abatido, quem crescia nos jogos decisivos. Eu ia começar a montar o time em cima disso nos próximos jogos. E aí me demitiram. Eu fiquei 25 dias, eu treinei 12 horas”, declarou.
Falcão também conta que gostaria de ter lançado o volante Charles, mas que uma lesão muscular impediu a possibilidade naquele momento:
“Eu subi em um treino para ver o posicionamento. Fiquei 20 minutos na arquibancada, depois desci. Nesse treino gostei muito do Charles. Saía, passava a bola, chegava na frente. Eu queria ter botado ele no jogo do Fluminense, em Porto Alegre, depois que perdemos do Cruzeiro. Mas aí ele teve lesão de Grau 2 na coxa e em seguida fui demitido”, acrescentou.
Em cinco jogos, Falcão com o Inter sofreu derrotas para Palmeiras, Corinthians e Cruzeiro, tendo empates com Fluminense e Ponte Preta.