Uso da base, Jean Pyerre “on” e variação de esquema: como jogaria o Grêmio de Tiago Nunes, que já trabalhou no clube

Ex-técnico de Athletico e Corinthians é o ficha 1 do Grêmio para substituir Renato Portaluppi

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Com a expectativa de fazer o anúncio oficial até a semana que vem, o Grêmio não planeja ficar muito tempo sem treinador desde a saída de Renato Portaluppi e mantém conversas com Tiago Nunes para o cargo vago a partir da última quinta-feira. Gaúcho de Santa Maria, o profissional de 41 anos está disponível no mercado desde a demissão no Corinthians em 2020 e tem uma característica do agrado da direção tricolor: o apreço pelo trabalho de base.

Este, aliás, é um critério estabelecido pela direção gremista na busca por um novo profissional, que precisará incentivar o crescimento dos jovens atletas do clube, tratado como política institucional da gestão Romildo Bolzan:

“Acho que o perfil, aí é uma questão de conceito. Nós idealizamos que este ano precisamos aprimorar no contexto de lançamentos de jovens. Precisará ser um perfil que goste de trabalhar com jovens. Que seja competitivo. Com jogadores experientes, mas também com o lançamento de jovens e também que possa disputar todas as competições”, declarou o CEO do clube, Carlos Amodeo, à Rádio Bandeirantes, na última semana.

Tiago é um profissional forjado nas categorias de base, por onde passou todo o seu início de carreira. Antes de assumir o profissional do Athletico, onde brilhou nas conquistas da Copa Sul-Americana de 2018 e da Copa do Brasil de 2019, ele trabalhava com os garotos do clube no sub-23. Antes, também esteve na base gremista comandando categorias inferiores, como a sub-15.

Tiago Nunes é fã do futebol de Jean Pyerre

Se tem alguém que já pode ficar animado com a possível chegada de Tiago Nunes é Jean Pyerre. Primeiro que o treinador o conhece da base do Grêmio, quando treinou a mesma geração do atual camisa 10 e de nomes como Darlan e Lincoln. E depois, já como rival, o treinador, sempre que possível, rasgava elogios ao meia como fez após o duelo na semi da Copa do Brasil de 2019, na Arena:

“O Jean é um menino incrível. Eu tenho um carinho e uma satisfação muito grande em poder vê-lo atuando nesse nível. Fui treinador dele na categoria infantil. A gente tinha uma geração muito boa com o Lincoln, com o Darlan. Fico feliz de ter participado de uma pequena parcela da formação desses jovens, porque o futebol brasileiro precisa jogadores de qualidade e é bom ver o Jean atuando nesse nível”, destacou o então treinador do Athletico.

Jean Pyerre, após um momento de baixa com más atuações e lesões, retornou ao time do Grêmio nos últimos jogos contra Del Valle e Caxias. E, enfim, pode voltar a ter sequência na equipe.

Esquemas táticos

Com Renato, praticamente desde a sua chegada em setembro de 2016, o Grêmio se manteve com a base tática amparada no 4-2-3-1, com raras variações – nas mudanças mais “drásticas”, o agora ex-treinador retirava o meia de criação e colocava mais um volante, jogando com três marcadores.

Tiago, especialmente pelo seu trabalho no Athletico, se mostrava adepto a um jogo mais ofensivo, com dois pontas e um homem de área, passando frequentemente do 4-2-3-1 ao 4-3-3, como lembra o portal SofaScore:

Comentarista dos canais Fox Sports e ESPN, Felippe Facincani analisou nos últimos dias à Rádio Bandeirantes o porquê do trabalho do profissional não ter fluído no Corinthians:

“A passagem do Tiago Nunes, no Corinthians, foi muito conturbada. Tentou empregar um time extremamente ofensivo, mas as peças não eram para isso. Tiago tentou implementar uma ideia em um clube que já tinha outra ideia. No Corinthians, jogava no 4-2-3-1. O Tiago joga um futebol mais vertical e o Renato segura mais o jogo. Ele teve dificuldade com isso, porque a base do Corinthians não tem tantos jogadores férteis como tem o Grêmio hoje e tinha o Athletico Paranaense”, opinou.

Caso feche com o Grêmio, Tiago Nunes terá pela frente um calendário repleto com o restante do Gauchão e os inícios de Copa Sul-Americana, Brasileirão e Copa do Brasil.