Saiba o tamanho da dívida do Inter com D’Alessandro e qual o acordo não cumprido pela direção

Andrés D'Alessandro soltou o verbo no sábado e ameaçou até mesmo processar o Inter

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Momentos antes do empate sem gols entre Inter e Cruzeiro no sábado, no Beira-Rio, pelo Brasileirão, o atual coordenador técnico da equipe mineira Andrés D’Alessandro concedeu uma forte entrevista sobre os valores que ainda tem a receber do clube gaúcho. Incomodado com a atual gestão do presidente Alessandro Barcellos, o argentino ameaçou até mesmo processar o clube pela falta de pagamento de uma dívida antiga.

A dívida vem desde gestões anteriores, como as do presidente Giovanni Luigi (2011 a 2014) e Marcelo Medeiros (2017 a 2020). Ela se deu por conta de variações cambiais do dólar e no total girava na casa dos R$ 6 milhões, dos quais cerca de R$ 3 milhões já foram pagos.

Quando D’Alessando se aposentou, já na gestão Barcellos em 2022, o acordo proposto pelo clube e aceito pelo ex-jogador foi de pagar o restante em 40 parcelas de R$ 150 mil. Porém, segundo D’Ale, há cinco meses ele não recebe nada e também não há “diálogo e tratamento” com as pessoas que hoje comandam o Inter.

As fortes falas de D’Alessandro

É um assunto antigo, de seis ou sete anos. Eu nunca externei, não é a minha maneira de ser. Era de total sigilo, mas veio à tona há algumas semanas. Sim, tem uma dívida. Na minha volta ao clube, vim por um salário que para o futebol é baixo. Aceitei as condições de clube e me adaptei na realidade de janeiro de 2022 quando voltei. O único que queria era me aposentar no Inter e muitas pessoas disseram que seria só um jogo despedida. Outros disseram que a dívida estava em dia. Nunca esteve, sempre esteve atrasada. Fiz um acordo com o presidente e o acordo não está sendo honrado
.
São cinco parcelas atrasadas da dívida. Deve ter um monte de credores receber, mas eu não posso brigar por todo mundo, brigo pelo meu. Nunca procurei uma decisão forte contra o clube porque é isso que dita o meu coração. Até agora não teve solução que a gente procurou. Tudo que eles queriam eu aceitei: tempo, valor, parcelas. Aceitei tudo. Não está sendo cumprido
.
Eu não descarto nenhuma possibilidade para que eu possa resolver. Minha vida mudou, não sou mais atleta. Estou trabalhando fora de Porto Alegre, sem a família, sozinho em BH. São coisas que coloco na balança. Tenho que brigar pelo meu direito. Até hoje foi de uma maneira. O tratamento não é recíproco. O que eu dei para o clube de muitos anos… é dívida que vem lá atrás. Mas hoje não tem diálogo, nem tratamento. A possibilidade de tomar uma decisão um pouco mais forte é real

Presidente do Inter já havia falado do assunto de D’Alessandro

Pouco antes da retomada do Brasileirão após a parada de junho dos amistosos, o presidente do Inter conversou com a Rádio Atlântida e se posicionou sobre o caso de D’Alessandro:

“Temos (a dívida) em relação a contratos anteriores. A última passagem dele conosco foi curta, mas a despedida do D’Alessandro foi fundamental e importante para todo mundo. Não vamos esquecer dos momentos que tivemos com ele, mas tem compromissos e prioridades que estamos tentando resolver. Algumas atrasam, mas na medida que a receita entra a gente cumpre. Isso não é a primeira vez que acontece”, disse Barcellos, na oportunidade.