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Muricy explica trabalho realizado no Inter e brinca sobre 2006: “Fiz um time para ganhar de mim”

Ex-técnico concedeu nova entrevista e lembrou momentos bem marcantes da carreira

Liderando o processo de reconstrução do time do Inter entre 2003 e 2005, tendo o presidente Fernando Carvalho no comando de tudo, Muricy Ramalho viu o destino, em seguida, pregar uma enorme peça para a sua carreira: ao sair do clube, em 2006, assumiu o São Paulo e se tornou vice da Libertadores para o próprio… Inter. Hoje já aposentado da função de treinador, ele relembrou com detalhes ao jornalista Duda Garbi a reconstrução feita no colorado, lamentou a perda do Brasileirão de 2005 com diversas polêmicas de arbitragem e até se divertiu ao falar da final de 2006 disputando pelo time paulista:

A chegada ao Inter no final de 2002

Eu cheguei em uma fase difícil. Em 2002, o Inter brigou para não cair naquele jogo do Paysandu. Nem passei o Natal em São Paulo. Fiquei em Porto Alegre para começar a organizar. A direção queria mudar tudo. Era o Fernando Carvalho naquela época. A gente só tinha três jogadores: o Clemer, o Vinícius e o Claiton. O resto saiu. Tivemos que construir um time sem dinheiro. A concentração era horrível, tudo ruim. Mas o Carvalho é um cara inteligente, que vê na frente e fomos pouco a pouco. Pegamos o Nilmar da base, buscamos uma nutricionista, fomos melhorando a concentração. Foi uma grande escola para mim. Eu encontrei pessoas que também queriam mudar. Deu muito certo

A perda do Brasileirão de 2005

O de 2005 seria o meu quinto Brasileirão. Eu ganhei quatro. Para mim era muito importante. A gente vinha recuperando o Inter. Vínhamos em um sacrifício danado e nos tiraram esse título, principalmente no Pacaembu contra o Corinthians. Até hoje eu penso. Era um título ganho. Depois, trabalhei por quatro anos como comentarista no SporTV. E eu queria encontrar o árbitro Márcio Rezende e perguntar para ele que loucura ele fez naquele dia. Ele trabalhava na TV Globo de Minas. Mas não consegui. Foi uma loucura: expulsou o nosso jogador e não deu pênalti. O nosso trabalho foi muito grande, muito bem feito, para chegar naquele momento. E vem o cara e te tira. Foi terrível para nós

Vice para o Inter na Libertadores de 2006 com o São Paulo

Fiz um time para ganhar de mim. Sou um baita técnico, cara (risos). O Abel mesmo me agradeceu várias vezes quando me encontrava. Mas fiquei feliz pelo Internacional. Um trabalho muito difícil de fazer, só pessoas como o Fernando Carvalho mesmo para conseguir. Depois veio o Abel, colocou a cereja no bolo e ainda ganhou de mim. Muitas vezes você não ganha, mas se o trabalho é bem feito você deixa coisas naquele lugar. Quando eu vou para Porto Alegre, tem esse reconhecimento. Isso mexe comigo e me deixa feliz

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