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Sem clube desde a ainda recente saída do comando do Inter, o técnico Mano Menezes concedeu entrevista ao programa Bola da Vez, da ESPN Brasil, para passar a limpo a sua passagem pelo Beira-Rio. Ele relembrou o trabalho de recuperação em 2022, as dificuldades de 2023 e elogiou o seu sucessor Eduardo Coudet pela forma como assumiu o time em seu lugar.
Início no Inter
“O futebol não é 2+2. Ano passado, quando assumimos a equipe, havia um trabalho bem executado de preparação de início de temporada feito pelo Medina, que era o treinador da época. Quando eu cheguei, baseado em pequenos ajustes até com jogadores que Medina nem tinha usado, como Wanderson, Pedro Henrique, Alan Patrick, De Pena… as coisas estavam bem feitas e o time cresceu. Fizemos a melhor campanha em pontos corridos da história do Internacional. Um vice-campeonato com estrelinha e só não fomos campeões porque o Palmeiras foi extraordinário”
Problemas de 2023
“Mas não havia expectativa inicial sobre aquele time. Quando cheguei em Porto Alegre, ouvia gente dizer que o Inter tinha que jogar para não cair. Mas a malvada da expectativa cria uma situação maior para a temporada seguinte. O torcedor começa a falar em ser campeão, já que faz tempo que o Inter não é. E aí o comportamento da equipe não é o mesmo. Demora um tempo para a ficha cair. No ano passado, ficamos em uma competição só e tínhamos tempo de trabalho muito maior de um jogo para o outro. Podíamos recuperar, fazer ajustes. Em 2023, algums problemas que apareceram não estavam presentes no ano passado”
Perda do Gauchão e realidade financeira
“Não começamos bem a temporada. A gente não fez a pré-temporada como a gente queria. Iniciou o Gauchão com muitos empates e o Grêmio já abriu. Criou uma frustração inicial, até porque o rival vinha da segunda divisão e meio que se criou a obrigação de que o Gauchão tinha que ser do Internacional. Era apontado como o favorito. Perdemos o estadual e demoramos a fazer a retomada. Fizemos a modificação da preparação física, saíram alguns jogadores naturalmente pela dificuldade financeira que o clube atravessa. Desde que cheguei, saíram 16 jogadores. Fomos fazendo uma transformação. As receitas até abril são quase zero e você precisa esperar a janela do meio do ano para aproveitar investimentos maiores”
Reforços e atual elenco do Inter
“Fui muito incisivo com a direção para trazermos jogadores capazes de serem indiscutíveis para agregar ao grupo. Jogador para resolver, como foram os nomes que chegaram no meio do ano, Aránguiz, Valencia, Rochet, Bruno Henrique. Era isso que tinha que ser feito. Hoje, penso que o Inter tem um elenco de qualidade para jogar qualquer competição”
Coudet ligou para Mano Menezes
“Eu não reclamo das escolhas que fazem. Nunca aceitei discutir a minha ida para algum clube quando havia um treinador lá. O Coudet foi muito correto e inclusive ligou para mim antes da sua negociação com o Inter. Eu acho que cada um tem o direito de fazer as escolhas. O presidente Barcellos tinha tido uma conversa com ele e disse que as coisas tinham sido bem encaminhadas comigo. E Coudet queria confirmar isso comigo. E eu confirmei que a minha conversa com o presidente tinha sido muito madura e muito decente”
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