Ídolo com as duas camisas, Christian vê Grêmio em “vantagem” para o Gre-Nal inédito

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Nome marcado e sempre lembrado nos clássicos de 1997 pelo Inter e 2003 pelo Grêmio, o ex-centroavante comentou sobre o momento dos dois times, analisou quais jogadores podem ser fatores de desequilíbrio a favor de suas equipes, projetou o duelo, e muito mais – confira:Fazer história no maior clássico do Brasil já não é uma tarefa fácil. Agora, fazer história no Gre-Nal tendo defendido ambos os lados é uma missão que beira o impossível. Membro do seleto grupo de jogadores que atingiram tal feito, Christian conversou com o Zona Mista sobre o histórico primeiro duelo da dupla pela Libertadores.

Zona Mista: Como você enxerga o momento dos dois times para esse jogo histórico?

Christian: Acho que as duas equipes chegam bem, considerando que é início de temporada. Ao meu ver, tanto o Grêmio quanto o Internacional ainda não pegaram um adversário que tenha imposto grande nível de dificuldade, que fizesse as duas equipes se superarem em relação a elas mesmas. O Gre-Nal é o primeiro jogo em que ambos realmente vão disputar em alto nível de competitividade, de exigência mental. Desconsiderando o clássico da semifinal do Gauchão, é o primeiro grande desafio da dupla na temporada. Agora iremos ter uma ideia melhor do que vai acontecer durante o ano para os dois times.

ZM: Na sua visão, alguma equipe chega ao duelo com certa vantagem?

C: O Grêmio, por ter mais tempo de trabalho com seu treinador e já ter uma ideia de jogo definida. O Inter vem de um trabalho de 40 dias com um treinador estrangeiro. Mas como eu sempre digo: Gre-Nal é Gre-Nal. Podemos falar de possibilidades, estatísticas, e quando o juiz apitar pode mudar completamente o cenário. Aquele que competir mais, que tiver mais concentrado no jogo, automaticamente leva vantagem sobre o adversário. Essa é a história do clássico.

ZM: Quais jogadores você acredita que podem desequilibrar a partida?

C: É difícil falar. Normalmente a gente sempre aposta nos atacantes, que são os encarregados de marcarem os gols, mas acho que esse jogo vai passar muito pela liderança técnica, por aquele jogador que se impõe diante do adversário, que chama o jogo para si. Esse clássico pode ser decidido no meio de campo ou em uma jogada individual pelos lados. Por isso, citaria o D’Alessandro, pelo lado do Inter. Já pelo lado do Grêmio, Everton Cebolinha e Maicon.

ZM: Você foi protagonista em dois clássicos vestindo as duas camisas, um em 97 e outro em 2003, ambos em partidas do Brasileirão. Mesmo valendo pelo campeonato nacional, foram jogos difíceis e disputados. Sendo o jogo dessa semana uma partida histórica e de Libertadores, o que você acredita que muda? 

C: O contexto não vai mudar, a importância é a mesma. Claro que agora envolve outras coisas externas, por se tratar de um Gre-Nal histórico, na principal competição da América do Sul, é uma pitada a mais. A única coisa que pode mudar é o clássico se tornar um pouco mais conservador, porque ninguém vai querer perder o primeiro Gre-Nal da história da Libertadores.

ZM: Se o jogador Christian ainda estivesse em atividade, você acha que ele se encaixaria melhor no Inter de Coudet ou no Grêmio de Renato?

C: No esquema do Coudet, porque o Inter joga com uma referência. O Guerrero não é um jogador de mobilidade, apesar de ter uma boa técnica. É um jogador mais fixo, mais parecido com as minhas características. O Inter foi montado para ter um homem de referência, ao contrario do Grêmio, em que a referência acaba sendo uma peça para complementar os jogadores de lado. Coudet fez uma preparação para colocar as jogadas no definidor, então acho que, se eu tivesse condições físicas para atuar, me encaixaria melhor no esquema colorado.

ZM: Para finalizar, diga como você acha que será o jogo e quem vai levar a melhor?

C: Tem a tendência de ser um jogo conservador, devido a todo contexto que está sendo criado. As duas equipes vão entrar num grau de competitividade muito alto nos primeiros 15 minutos. Vai ser um jogo muito truncado, estudado e de muita marcação. Após isso, a partida se estabilizará e começarão a aparecer as individualidades. Apesar disso, ninguém vai querer atacar de qualquer maneira ou buscar a vitória de qualquer jeito. Por esse motivo, entendo que pode ser um empate, 1×1, o que não seria resultado ruim para os dois lados.