Sucessor de Renato Portaluppi no comando do Grêmio durante um curto período de 2021, Tiago Nunes passou a limpo a sua passagem pelo clube na temporada passada e admitiu que o vestiário mudou sem o antigo ídolo. Sincero, contou que muitos dirigentes políticos voltaram a interferir e palpitar no futebol, atrapalhando o dia a dia de trabalho.
Com Renato, segundo Tiago, existia uma grande blindagem no vestiário e os temas eram tratados diretamente com o presidente Romildo Bolzan. A partir da saída do treinador após cinco anos, essa proteção deixou de existir.
“O Renato tinha uma relação direta com o presidente e de blindagem total do futebol. Ele mandava no futebol do Grêmio. Por ter esse perfil, ele afastou totalmente do vestiário por cinco anos aqueles dirigentes políticos. Que, quando o Renato sai, sentem aquela vontade de voltar e começar a palpitar no futebol. Aí a pressão externa e até interna cresce. Não tinha nem vou ter o tamanho do Renato, muito menos no Grêmio”, relembrou Nunes ao Flow Sport Club.
Em relação ao seu trabalho, Tiago Nunes lamentou ter pego um elenco em “fim de ciclo” e não ter recebido alguns reforços que sugeriu, tais como Marcelo Grohe, Hernani e Giuliano. Sua demissão aconteceu depois de um início sem vitórias no Brasileirão:
“Eu perguntei assim: ‘O trabalho é bom no dia a dia?’. Me disseram que era. ‘Tenho problema de relacionamento com algum jogador?’. Responderam: ‘Nenhum’. Então a demissão foi com a justificativa de que “precisamos fazer alguma coisa”, “precisamos mudar”. Falam que o Grêmio caiu pela primeira parte que, com o Tiago, não conseguiu fazer pontos. Se é assim eu cito o jogo do Santos que ganhávamos de 2×1 e tomamos um chute do meio da rua no apagar das luzes, o jogo do Fortaleza que perdemos pênalti com 40 minutos do segundo tempo, o jogo do Ceará que perdemos no fim”, pontuou.
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