Após a vitória do Internacional sobre o Caxias por 3×1, garantindo a classificação para a final do Campeonato Gaúcho, Alessandro Barcellos, presidente do clube, concedeu entrevista coletiva onde abordou questões relacionadas à janela de transferências, além de reafirmar o planejamento do time.
A recente entrevista trouxe luz a questões cruciais que envolvem o Internacional tanto dentro quanto fora de campo. O presidente abordou a complexa negociação de Thiago Maia, ressaltando os entraves relacionados às garantias financeiras e estipulando um prazo limite para a resolução do caso.
Também comentou sobre a frustrada tentativa de contratação de Elian Irala, destacando o esforço do clube em fechar o acordo e a preparação de alternativas, como Diego Rosa. Além disso, explicou a planejada saída de Wanderson, que já havia sido estruturada com antecedência, reforçando o equilíbrio entre a necessidade de reforçar a saúde financeira do clube e a manutenção de um elenco competitivo.
Thiago Maia e o retorno ao Beira-Rio
Alessandro Barcellos explicou que Thiago Maia estava em negociação com o Santos, mas o acordo enfrentou problemas relacionados às garantias financeiras exigidas. Apesar de haver documentação assinada e formalizada, essas garantias não foram confirmadas até o momento. Por conta disso, o Internacional estabeleceu que, caso a situação não seja resolvida até terça-feira, o jogador deverá se reapresentar ao elenco do clube no Beira-Rio. Barcellos também destacou a complexidade da negociação, envolvendo várias partes, como Santos, Flamengo e Lille, mas deixou claro que o prazo definido pela diretoria do Inter não será prorrogado.
“O jogador saiu do grupo para ser negociado com o Santos. Nós temos a documentação do Santos com uma proposta assinada, rubricada com todas as considerações que o futebol exige, inclusive com aquilo que está dando problema agora, que são as garantias. Está escrito: as garantias e a confirmação do Santos em relação a isso. Mas, infelizmente, isso não aconteceu até esse momento. Não é um problema do Internacional, mas passa a ser porque o jogador é do clube. Eu digo: a relação das garantias.
Nós definimos aqui que até terça-feira, quando o grupo se apresenta, se esse assunto não estiver resolvido, o Thiago Maia vai se reapresentar com o grupo. Infelizmente, é uma negociação complexa porque envolve várias frentes: o jogador tinha que se acertar com o Santos, o Inter tinha que se acertar com o Santos, o Santos tinha que se acertar com o Flamengo, e o Flamengo tinha que se acertar com o Lille. E o documento que nos veio chegou como se tudo isso tivesse resolvido. Aliás, não é a primeira vez que isso acontece, já aconteceu duas vezes com o mesmo atleta.
O Flamengo está muito rígido em relação às garantias. E o Santos… pelo que eu estou vendo, o Flamengo está preferindo ficar com o Inter como credor do que com o Santos, é o que eu estou sentindo. Mas isso pode ter desdobramentos. A gente já colocou isso tanto para o Santos quanto para o jogador, que o nosso prazo se esgotou. E terça-feira, se isso não tiver definido, o jogador se reapresenta no Beira-Rio. E aí é uma condição interna do departamento de futebol, como é que vai se dar esse encaminhamento”, disse Alessandro Barcellos.
Negociação frustrada de Elian Irala
O presidente explicou que o Internacional vinha monitorando Elian Irala há bastante tempo e que as negociações se estenderam devido a mudanças constantes nas cláusulas por parte do clube do jogador, o São Lourenço. O Inter chegou a aceitar até mesmo uma cláusula de obrigatoriedade de compra, mas, ainda assim, o acordo não foi concluído. Segundo Barcellos, o departamento de futebol trabalhou intensamente nesse caso, mas o negócio não avançou. Ele também destacou que Irala seria uma alternativa para reforçar o elenco, e que o clube já havia se preparado com outras opções, como a contratação de Diego Rosa, que atua na mesma posição.
“É um jogador que esteve no nosso radar há muito tempo. As tratativas se estenderam. Não foi o Internacional que deixou isso se estender, é do negócio. O desenho inicial era outro, totalmente diferente. O jogador seria vendido para um grupo internacional por milhões de euros e ficaria emprestado para o clube. O negócio não saiu.
Nós tentamos até o último minuto, e eles mudaram as cláusulas o tempo todo. Nós aceitamos, inclusive, a última cláusula, que deixava de ser opção de compra para ser obrigação de compra. Nós tínhamos convicção de que o atleta era importante. Aceitamos a obrigação de compra. E, mesmo assim, o negócio não saiu.
As razões? Aí tem que perguntar lá no São Lourenço. Mas vamos lá, nós fomos permanentes dirigentes em relação a esse assunto. Nosso departamento de futebol trabalhou horas e vários dias em relação a isso.
Mas isso era uma alternativa, como um jogador também que viria com 20 anos, para ser um jogador a ser construído. Um jogador que talvez chegasse aqui e saísse jogando. Enfim. E nós tínhamos outras alternativas. Trabalhamos com elas, como o Diego Rosa, que vem para a mesma posição. Então foi nesse sentido que o negócio não saiu”, explicou Barcellos.
Saída de Wanderson
Alessandro Barcellos explicou que a saída de Wanderson já fazia parte do planejamento do Internacional. O clube havia se preparado para essa eventualidade com a contratação de jogadores como Carbonero, Vitinho, Hesley e Prado, que atuam na mesma posição. Segundo o presidente, a proposta recebida por Wanderson era muito interessante financeiramente, considerando a situação financeira do clube. Ele também destacou que a decisão foi tomada em comum acordo entre o Departamento de Futebol, a Comissão Técnica e todas as partes envolvidas, e que o técnico Roger não foi pego de surpresa. A transferência foi concluída no momento atual devido às condições do negócio.
“É um jogador importante, que estava jogando, mas que nós já tínhamos projeção para a saída dele. Primeiro pelas sondagens que tivemos, e segundo pelas contratações que fizemos. Nós nos preparamos para a saída do Wanderson, tanto com o Carbonero quanto com o Vitinho, quanto com o Hesley, quanto com o Prado. São jogadores que jogam na mesma posição. E estávamos com mais jogadores do que o necessário para esta posição.
As sondagens e a proposta para ele foram interessantes. Você sabe que a nossa situação financeira não é simples, e esse foi um negócio muito interessante para o Internacional. Acabamos fazendo. Foi condição do negócio. E a gente aceitou em comum acordo com o Departamento de Futebol, com a Comissão Técnica, com todo mundo.
O Roger não foi pego de surpresa em nenhum desses negócios. Já deixamos claro isso para vocês, mas eu vou reafirmar aqui, antes que alguma tese se crie de que nós estamos desmanchando o time do Roger”, disse Alessandro Barcelos, em entrevista após a classificação do Inter para a Final do campeonato Gaúcho.