“Uh” Fabiano diz que não gosta de cachaça e relembra armadilha histórica contra o Grêmio

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O apelido está colado no nome até hoje, mas Fabiano garante não gostar da tal “cachaça” gritada aos quatro cantos em sua época no Beira-Rio. E histórias não faltam a alguém que topou simular lesão às vésperas de um Gre-Nal para surpreender o tradicional adversário. Um dos representantes das raras alegrias coloradas na década de 90, o “Uh” Fabiano é o entrevistado desta semana no Zona Mista.

Zona Mista: Você, até hoje, tem uma imagem muito ligada ao Inter. Diante disso, como resumiria o significado que o clube tem na sua vida?

Fabiano: O Internacional representa tudo na minha vida. Foi o clube que projetou para o futebol, que me deu visibilidade nacional. Nutro um carinho grande não só pelo clube, mas pela torcida também. Sou colorado de coração e fico feliz por também fazer parte do quadro do Departamento de Relacionamento Social do clube.

ZM: Acredita que, de certa forma, você deu um certo “azar” por ter surgido em uma década que o Grêmio vinha ganhando muitos títulos? 

F: Não, de forma alguma. Eu cheguei em 1996 no Inter e sabia que o clube não estava num bom momento. O clube vinha de uma seca de títulos, de cinco anos sem vencer nada. É sabido que o rival vinha de títulos importantes e no ano de 1997, o Inter montou um time competitivo, onde tivemos a oportunidade de disputar a final do Gauchão contra eles e sair vitorioso. Teve um sabor especial, pois tive a felicidade de ser o autor do gol que quebrou a hegemonia gremista no RS, onde o torcedor voltou a sentir orgulho de ser colorado.

ZM: Lembre, por favor, a famosa história da perna enfaixada simulando lesão antes do Gre-Nal do Gauchão da final de 1997. Quem teve a ideia e como ela surgiu? Acha que de alguma forma a “brincadeira” ajudou em campo? 

F: Tínhamos à época, no departamento médico, o conceituado médico, Dr. Rabelo, o qual era sócio de um médico que trabalhava no rival. E numa conversa descontraída entre eles, o tal médico do rival deixou escapar que a equipe adversária se preocupava comigo, já que eu, assim como nossa equipe, vivia um bom momento. Sendo assim, o Dr. Rabello veio com a ideia, a pedido da comissão técnica, que eu simulasse uma lesão, causando dúvida para o jogo decisivo. E o resto da história vocês já sabem… (risos)

ZM: Como surgiu o apelido de Fabiano “Cachaça”? Você sempre levou na boa ou em algum momento não gostou?

F: Sinceramente, não sei. Também não tenho ideia de onde surgiu isso. Primeiro, não gosto de cachaça. E segundo, o fato de eu sair para curtir, não queria dizer que eu bebia.

ZM: De qual jogo você gosta mais: o Gre-Nal do 5×2 no Olímpico pelo Brasileiro de 1997 ou o Gre-Nal do 1×0 na final do Gauchão no Beira-Rio no mesmo ano?

F: Ambos são especiais para mim! Porém, o Gre-Nal da final do Gauchão de 97 tem sabor especial, pois conseguimos conquistar um título para Inter depois de cinco anos e resgatar a autoestima do torcedor colorado.

ZM: Em 2006, você tinha 30 anos e assinou para jogar o Gauchão na Ulbra. Naquele momento, a sua ideia era tentar se destacar e chamar a atenção pra voltar ao Inter? Se imaginou sendo campeão da Libertadores e do Mundo?

F: Sim, com toda a certeza. Eu estava muito bem fisicamente naquele momento e a intenção era fazer um bom campeonato para, assim, quem sabe ter alguma chance de compor o plantel colorado em 2006. Seria um sonho fazer parte daquele grupo vencedor.