Torcedora do Inter rebate ironia de Peninha, conta história emocionante e viraliza

A torcedora colorada Tamires Martins aproveitou um vídeo em que o historiador Eduardo Bueno, o Peninha, ironiza o Inter para contar a sua história de superação e de amor ao clube. Baiana e moradora de São Paulo, a jovem escreveu no Twitter toda a trajetória como apaixonada pelo time do Beira-Rio.

No vídeo em que gerou a “thread” de Tamires no Twitter, o gremista Peninha aparece falando da “rejeição” dos colorados no surgimento do time e que os tricolores deveriam ter uma “pitada de pena” porque, lá atrás, os futuros torcedores do Inter tentaram se associar ao Grêmio e foram rejeitados.

O vídeo que abre a série de mensagens de Tamires é esse:

Abaixo, o relato de Tamires transformado em texto pela nossa reportagem:

“Esse argumento é uma das coisas que mais me faz me orgulhar de ser colorada. sou do interior da Bahia, sem tradição no futebol – lá, as pessoas torcem para os times da mídia, pq o contato com o futebol é o que a Globo transmite.

“Nasci” flamenguista, assim como todos os meus amigos, minha família etc. amava futebol, era meu assunto preferido para conversar no recreio quando eu tinha 7 anos hahahaha. aos poucos, fui sentindo desgosto de algumas coisas no flamengo e não tinha identificação.

Mas acompanhava muito os times de futebol por amar o esporte. e tinha um time do Rio Grande do Sul pelo qual eu tinha uma simpatia muito muito grande, mesmo não tendo contato, não se transmitia jogos do time na tv, não conhecia NENHUM torcedor do time etc.

E eu tinha mais ou menos 9 anos, super inocente ainda hahaha mesmo assim, admirava a história e ética do clube, a filosofia da torcida, o extra-campo e também o futebol da época. comecei a acompanhar e fui só me apaixonando por esse time.

Mesmo tendo 500 mil problemas, assim como qualquer instituição desse país. com 11 anos, foi quando percebi que era muito muito muito colorada, porque fiquei uma semana sem dormir esperando a final da sul-americana, e chorei tanto sozinha quando ganhamos que nunca esqueci.

Isso só foi crescendo crescendo crescendo e ninguém nunca entendeu. era horrível amar um time sem estar perto, sem ter alguém pra abraçar nas vitórias ou sofrer junto nas derrotas. demorei anos pra conseguir uma camisa do Inter. 

Nunca fui em Porto Alegre, só passei de ônibus por Canoas. nunca vi o Beira-Rio. me mudei pra SP há 3 anos mas não entendia muita coisa, nunca tinha ido em nenhum estádio. assisti inter x palmeiras. perdemos, mas D’alessandro estava lá. foi incrível.

Agora, mais uma vez, estamos em uma final e eu fiquei pensando nisso e resolvi registrar aqui hahaha não sei nem se alguém vai ler, mas é importante registrar pra mim mesma ler no futuro. não que eu vá esquecer.

Ano passado, me afundei de vez em problemas, tentei me matar um monte de vez, fiquei internada, sempre me sentindo muito sozinha em sp, longe da família etc. parecia vazio, parecia não haver nada de intenso a sentir. mas aí tinha o inter.

E é estranho, racionalmente, pensar nesse contexto em um clube de futebol. mas, melhorando aos poucos, entreguei minha cabeça pra esse time, ainda mais do que já fazia. procurei colorados aqui em sp e apenas o fato de estar ao lado de colorados, energia junta, foi emocionante.

E no meio de tanta coisa ruim, tinha um gol do Inter. e dois do adversário hahaha mas tinha o inter. eu vivia pra amar o inter, eu vivo pra amar o inter, era e é das maiores alegrias que tenho. os colorados que conheci esse ano, aqui no consulado, foram tão acolhedores.

Talvez a gente não ganhe essa final, mas o que esse time significa pra mim não dá pra descrever, e o que essa torcida significa pra mim não dá pra descrever. quem tá de fora não entende, mas é o inter. era só isso precisava desabafar.”

O próprio perfil oficial do Inter no Twitter se comoveu com a história e dedicou uma mensagem:

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