Seijas acredita que Inter se salvaria se Lisca chegasse antes e critica Roth: “Com ele, aprendi o que não fazer”

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Personagem do fatídico ano de 2016 do Inter, Luis Manuel Seijas resolveu falar abertamente e dar a sua versão sobre o rebaixamento inédito do clube. Ele fez críticas ao técnico Celso Roth e avaliou que não haveria queda caso Lisca chegasse antes das três rodadas finais.

Ao portal Vozes do Gigante, o venezuelano lembrou de declarações públicas dadas por Roth que não ajudaram em nada o seu desenvolvimento no clube. Uma das entrevistas foi após a classificação com derrota na Copa do Brasil diante do Fortaleza, fora de casa.

“Existiu uma situação contra o Fortaleza, quando perdemos pela Copa do Brasil lá no Castelão, mas nos classificamos. Eu não vinha jogando e entrei naquele jogo. O time todo foi muito mal. Na coletiva o Celso disse algo como: “Bom, vocês podem tirar a conclusão do Seijas pelo que viram hoje”. Claro que não é algo bom de se ouvir. É complicado. Ele tem que me proteger. Pode falar isso na minha cara, mas não ali. Eu não quis conversar ou resolver aquilo na hora. Não pensava em mim individualmente. Mas no Inter. Com todos os treinadores da carreira eu tento aprender coisas boas e ruins. Não tenho ressentimentos, nada contra o Celso Roth. Com ele aprendi coisas boas, mas também coisas ruins que não vou fazer se virar treinador”, disse, antes de acrescentar sobre Roth:

“Ele chegou falando forte e o time precisava disso. De um cara que desse a exigência nos treinamentos. Os treinos eram fortes e isso era bom. Mas os resultados não acompanhavam. Mas não tenho nada contra Celso. Foi ruim o que aconteceu. Aquela coisa de publicamente de dizer “se apaixonem pelo Seijas, nós também somos“. Não precisava fazer”.

Boa relação com Lisca

Seijas ressaltou a boa relação tida com Lisca, que dirigiu o Inter apenas nas três rodadas finais contra Corinthians, Cruzeiro e Fluminense. Fez quatro pontos em 9, insuficiente para a salvação.

“Eu acho que sim (salvaria caso chegasse antes). Com a forma de trabalho ele conseguia fazer a gestão do grupo. Eu passei duas semanas com ele, mas eu adoro ele. Tenho uma lembrança bem boa dele. Pra trabalhar, é um cara inteligente. Que fala as coisas na frente. E coloca a alegria quando o grupo precisa. É o Lisca Doido, cara. De dar risada quando as coisas estão ruins. Sei que vou morrer com essa queda na carreira, mas tem coisas piores na vida. E Lisca entrou naquele momento também para fazermos entender que assim como a gente pode cair, a gente pode levantar”, comentou.

Naquela campanha, o Inter começou com Argel Fucks, teve Paulo Roberto Falcão, Celso Roth e fechou com Lisca.

Lisca foi muito elogiado por Luis Manuel Seijas – Foto: Ricardo Duarte/Inter

Seijas teve saída triste do clube

Em 2017, Seijas acabou não sendo aproveitado pelo novo treinador Antônio Carlos Zago e foi mandado para treinar em Alvorada junto com jovens do time B. Ele diz ter feito de tudo para retornar ao elenco de cima, mas entendeu que não era algo que dependia dele:

“Foi duro treinar em Alvorada. Primeiro que eu não queria deixar o Inter. Disseram que eu não queria jogar a Série B. Mentira, eu queria ficar. Só que o Zago não era um cara que iria me aproveitar. O Jorge Macedo, diretor, me falou na época que eu não jogaria muito. E recebi a proposta do Rui Costa (diretor de futebol da Chapecoense na ocasião). Também havia a possibilidade de ajudar a Chape depois do acidente. E fui. Chorei com minha mulher quando ficou decidida a minha saída. Mas o treinador não confiava em mim e tive que sair. Em Alvorada, me matei. Treinava duro, chegava cedo, último a ir embora. Não sabia se teria a possibilidade de voltar, mas se tivesse eu teria que estar pronto”, colocou, antes de citar o episódio definitivo em um amistoso no interior contra o São Gabriel:

“Iria ter um amistoso do time B no interior gaúcho. Viajamos de ônibus, ficamos em um hotel que era uma vergonha. Fiz dois gols no jogo. Um deles um golaço, que viralizou. Quando voltamos, a direção falou para o Ricardo (Colbachini, treinador daquela equipe) não me escalar mais nos amistosos. Ali eu entendi que não dependia mais de mim para voltar a jogar. Eu fiz tudo que eu poderia. A partir disso eu liguei para o meu empresário para buscar outras coisas”.

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