Rodrigo Paulista relembra Gre-Nal que “colocou no bolso” e explica como ajudou Fernandão no Inter

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Já aposentado dos gramados aos 35 anos, Rodrigo Paulista olha para trás e se orgulha da jornada no dia 23 de outubro de 2004. Com chuva em Porto Alegre, o atacante encheu de água também os olhos dos colorados que o viram na vitória de 3×1 sobre o Grêmio, no Olímpico, pelo Brasileirão, em clássico que não iria nem jogar. Essa é uma das histórias contadas pelo agora ex-jogador ao Zona Mista.

Zona Mista: Para iniciarmos nosso papo, gostaria de perguntar quais as melhores lembranças que você tem do Inter? Ficou uma mágoa ou um sentimento de que poderia ter ficado mais tempo?

Rodrigo Paulista: As melhores lembranças sem dúvida nenhuma foram a minha chegada ao clube com apenas 15 anos, com toda aquela convivência diária morando no alojamento e diversas conquistas que tivemos nas categorias de base. O outro momento especial foi naquele segundo tempo do clássico Gre-Nal, em 2004, que me marcou muito. Mágoa eu não tenho nenhuma do clube, apenas gratidão. Estive vinculado ao Inter por 10 anos, posso dizer que fui muito feliz.

ZM: Na linguagem do futebol, você “botou o jogo no bolso” sobre aquele Gre-Nal de 2004, no Olímpico, 3×1, que você acaba de mencionar. O que lembra de bastidores daquela partida? Foi a melhor exibição da carreira?

RP: Aconteceram alguns fatos bem curiosos naquele dia. Eu não havia sido relacionado e um dia antes pelo desempenho no treinamento o nosso então treinador Muricy Ramalho me pediu pra ir em casa e buscar minhas coisas pois, no fim, eu iria concentrar. No intervalo da partida, ele me perguntou se eu estava preparado para entrar. Eu, sem acreditar, disse “claro!”. E tudo correu de uma forma maravilhosa. Se não foi a melhor exibição da minha carreira, com certeza foi a mais especial.

ZM: No Inter, você teve a oportunidade de conviver com o Fernandão. Como eram as conversas com ele? O que de histórias positivas você pode relatar sobre o ex-capitão?

RP: O Fernandão chegou ao Inter e posso dizer que eu tive uma pequena parcela de contribuição na sua chegada. O Inter cedeu na época 25% dos meus direitos ao Olympique de Marseille para a vinda dele. Ele foi um cara que desde a sua chegada ao clube sempre demonstrou um profissionalismo acima da média, comprometido e completamente identificado com o clube. Sem dúvida alguma, para nós que estávamos surgindo na época e que convivemos com ele, diariamente, aprendemos valores inesquecíveis para nossas vidas.

ZM: Naquele momento em que você estava no Beira-Rio, já sentia que, pelo trabalho realizado, grandes títulos estavam por vir nos anos seguintes?

RP: Acredito que o Inter passou por um processo bem legal e estava escrito que aquilo tudo daria muito certo. Houve uma reestruturação muito grande no clube organizada pelo então presidente Fernando Carvalho a partir de 2002. Já em 2004 chegamos às semifinais da Copa Sul-Americana. Acredito que nesse período o clube se fortaleceu e se preparou muito para as grandes conquistas que vieram a seguir.

ZM: Fora o Inter, qual foi o seu grande momento na carreira? Pensa em seguir no futebol após a aposentadoria?

RP: Sem dúvida os melhores momentos da minha carreira foram na China, joguei lá por 9 anos e fui muito feliz, alcancei os melhores números da minha carreira jogando lá. Tenho amigos muito próximos no futebol, este ano decidi encerrar a carreira e tenho algumas conversas com representantes de atletas, quero me aperfeiçoar na área e estar dentro do mercado que vivi por tantos anos.