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Renato diz que gosta mais de ser jogador a treinador e revela preferência entre Grêmio de 2016 e 2017

Treinador falou sobre vários assuntos do seu trabalho em entrevista ao jornalista Duda Garbi

O fato de não poder entrar nas quatro linhas, e necessariamente depender das ações dos outros, faz com que Renato Portaluppi não tenha dúvida alguma em afirmar: prefere ser jogador do que treinador. Completando cerca de 20 anos de carreira como técnico, o comandante do Grêmio tratou de diversos assuntos em entrevista ao jornalista Duda Garbi, do Grupo RBS.

“Hoje em dia dependo do time. Por mais que treine, que ensine, que eu fale, dependo deles. Eles cumprem o papel, mas eu queria estar lá dentro. Uma coisa estar lá dentro e outra coisa é ajudar de fora, sem fazer nada lá dentro. O sofrimento é muito maior”, admitiu.

Renato cumpre sua terceira passagem pelo Grêmio desde setembro de 2016. E entre os seus dois times formados nesse tempo que venceram os principais títulos, ele pende para o de 2017.

“Em 2016 (Copa do Brasil), eu cheguei em setembro e até dezembro você tem quatro meses. E tudo no sufoco. De repente, em 2017 (Libertadores) eu tive mais tempo para trabalhar. Mas sem dúvidas o Grêmio ficou dois anos jogando o melhor futebol do Brasil. Mudamos pouco nesses dois anos, e as peças sabiam como funcionar”.

Confira outros temas da entrevista:

Lembrança de Zidane na final do Mundial

“Até então o jogo estava parelho. Tomamos um gol numa falha nossa da barreira. Quando estava 0x0, e eu brinco com os jogadores até hoje, eu olhei pro Zidane, e ele ficava olhando pro banco de reservas e coçando a cabeça, com uma seleção no elenco e outra no banco. Se ele estivesse no meu lugar, todo desfalcado, dava um tiro na cabeça”

Dava para fazer frente ao Real Madrid?

“Não dava para fazer muita coisa. Nós enfrentamos o time que na época era o melhor do mundo, o Real Madrid. O problema não era só o Real Madrid, mas tinha ainda os desfalques nossos. Já seria difícil com todos os jogadores, mas fomos para lá com vários desfalques. Por exemplo, o Maicon e o Arthur não jogaram. Claro que o Michel e o Jailson nos ajudaram muito, mas eram jogadores de marcação e o Grêmio não tinha com eles aquela mesma saída. O Cícero não foi inscrito. Nosso time perto deles tinha uma diferença grande e sem cinco ou seis jogadores importantes, como que vai fazer frente? Se a gente vai com time completo, dava para fazer frente. O Real Madrid era mais time, mas nós estávamos muito bem”

Críticas exageradas em 2020

“Existe uma coisa aqui no Sul que eu não gosto que são críticas exageradas. O meu time não estava jogando bem e tinha que melhorar mesmo. Mas as críticas foram um pouco pesada demais. Fiquei um pouco sentido e o meu grupo também, porque parecia que não tínhamos vencido nada nos últimos quatro anos. E nós ganhamos tudo. Aí começavam a comparar que o Internacional estava melhor. Eu não tenho nada a ver com o Internacional, mas quem ganhou tudo nos quatro anos? Sem falar nos Gre-Nais. Meu grupo ficou chateado, mas eu falei pra eles que iria assumir e seguir defendendo eles. Levaram essas críticas tirando o contexto de todos esses anos”

Estudar na Europa

“Tem muita gente que fala besteira, que diz que foi à Europa estudar. Ficou uma semana lá. Você consegue fazer um curso de medicina em uma semana, voltar e operar alguém? A imprensa diz que o treinador foi pra Europa estudar. Mas o que ele aprendeu em uma semana? Gostaria que um dia algum jornalista perguntasse. Não tenho nada contra, mas não acho certo copiar tudo que vem da Europa. Tem que copiar o que dá certo”

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