Renato diz que adora Lisca, mas tem outro ponto de vista sobre futebol: “Mantém pessoas em casa”

Treinador gremista opinou nesta quarta-feira sobre uma eventual nova parada do futebol brasileiro

A rodada dos estaduais nesta quarta-feira, exatamente em um dia que o país chorou mais 1.910 mortes por Covid-19, ficou marcada pelo profundo desabafo do técnico do América-MG, Lisca. Entrevistado antes de uma partida contra o Athletic, pelo Campeonato Mineiro, o treinador desabafou a favor da paralisação do futebol ou, no mínimo, a suspensão de jogos nacionais.

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“Vou aproveitar para fazer um apelo às autoridades do Brasil, principalmente à CBF. É quase inacreditável que saiu uma tabela da Copa do Brasil hoje com oitenta clubes para o dia 10, dia 17, que vamos levar jogador com delegação de 30 jogadores de um lado para outro do país”, declarou Lisca, antes de continuar:

“Nosso país parou, gente. Não tem lugar nos hospitais, eu estou perdendo amigos, amigos treinadores. É hora de segurar a vida. Aqui no Mineiro tudo bem, é mais perto, mas como vão levar uma delegação do norte para o Sul. Presidente Caboclo, pelo amor de Deus, Juninho Paulista, Tite, Cleber Xavier, autoridades. Nós estamos apavorados”.

Renato tem visão diferente

Apesar de deixar claro que “adora” o técnico Lisca, Renato Portaluppi, em sua coletiva depois de Grêmio 4×1 Brasil de Pelotas, na Arena, mostrou ter uma visão relativamente diferente. Ele alegou que o futebol consegue manter pessoas em casa e que os profissionais dos clubes seguem sendo testados e protegidos semanalmente.

“Eu adoro o Lisca, cada um tem sua opinião, mas eu queria deixar claro que o futebol é o local mais seguro. Estamos fazendo um favor para o povo, porque, quando jogamos, é um motivo para o torcedor ficar em casa. Mas não pode parar tudo no brasil, daqui a pouco a pessoa não sai de casa, mas está morrendo de fome. É difícil essa situação, alguns não vão concordar, mas é a minha opinião”, comentou o gremista, para depois finalizar:

“É uma situação delicada, porque essa variante está em todo lugar. Por um lado, as pessoas que estão com seu comércio fechado criticam o futebol. Uma, que o futebol prende as pessoas em casa. Outro fato é que quem trabalha no futebol são pessoas capacitadas. Somos testados a cada três dias. Então, no momento que alguém tem algum sintoma, é imediatamente mandado pra casa”.

Preocupado exatamente com a Covid-19, o Grêmio vai levar todo o seu elenco nesta quinta-feira para se concentrar em Atibaia, no interior paulista, para uma espécie de “retiro” visando a final da Copa do Brasil no domingo, 18h, diante do Palmeiras, no Allianz Parque.

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