Irritado depois da partida perdida de 1×0 para o Bahia, na Arena Fonte Nova, em Salvador, o técnico Renato Portaluppi reconheceu um certo “cansaço” com a profissão dentro do futebol brasileiro. Ele admitiu inclusive já ter pensado em largar a carreira e indicou que vários outros dos colegas seus também gostariam de falar o que pensam, principalmente sobre arbitragem.
“Já pensei várias vezes (em largar a carreira), mas preciso trabalhar. Chega uma hora que cansa. Estou falando hoje como treinador do Grêmio, mas 90% (dos técnicos) pensa da mesma forma que eu. Alguns se manifestam. Outros têm medo. Outros não querem se envolver. Os problemas continuam”, disparou, antes de elevar o tom:
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“Querem que eu leve o futebol brasileiro a sério? Estou aqui por vocês (imprensa). Eu não deveria estar aqui. Se o presidente deixar, vai só a molecada disputar o Brasileirão. Vamos fazer os pontos necessários e colocar a molecada. Procuramos dar valor, mas nos dois jogos fora de casa vocês viram o que aconteceu”.
Renato reconheceu méritos do Bahia
Sobre a derrota, Renato não quis tirar os méritos do Bahia, mas citou alguns problemas que o Grêmio vem tendo, como o acúmulo de jogos e viagens:
“A gente não fez um bom primeiro tempo. Muitas vezes sou obrigado, por estarmos em três competições, o desgaste é grande. Não dá para trocar 11 jogadores. A gente quer vencer sempre, mas tenho mesclado o time. Precisamos pontuar no Brasileirão, que é longo e difícil. Hoje foi quase meio time diferente do jogo passado. O adversário se aproveitou. O Bahia não tem culpa, mas não jogou durante a semana e só esperou o Grêmio. O nosso time sente o cansaço e o entrosamento”, lamentou.