Em meio à onda crescente de críticas à arbitragem gaúcha e insinuações sobre o VAR, o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, FGF, Luciano Hocsman, concedeu nova entrevista à Rádio Gaúcha e lamentou, sem citar nomes, que clubes e dirigentes sigam pensando apenas em si e não no “todo”. As falas do dirigente surgem um dia depois de uma fortíssima entrevista do diretor colorado, Andrés D’Alessandro, com diversas críticas e acusações.
“O trabalho é feito sempre em conjunto, nunca apenas da FGF. A competição é dos clubes e a FGF é a mediadora do conflito. Muitas vezes parece que os clubes não têm esse percepção. Essa situação de cada um olhar para o seu próprio interesse. Lógico que tu deve defender as tuas cores, mas tu tem que pensar em um todo. Não adianta macular a imagem da entidade em um ano, mas no outro tu querer três vezes mais do pagamento de hoje. A terceirização da culpa é comum em qualquer área e infelizmente isso acontece no futebol de uma forma mais agressiva”, afirmou Hocsman.
Para o gestor, a arbitragem gaúcha é, sim, muito boa e a prova disso é que outros estados vem solicitando árbitros do Rio Grande do Sul para os seus jogos:
“Qualquer pessoa que se sinta atingida na sua moral, ela tem o direito de buscar a reparação. No ano passado, tivemos o melhor árbitro do Brasil. Eu acho que o nosso nível é muito bom. Temos bons valores aqui e muitas vezes há um pouco de má vontade com os nossos profissionais daqui. Não é possível que, hoje, eu receba um ofício da comissão de arbitragem nacional solicitando um árbitro nosso para o Campeonato Mineiro. Então quer dizer que muito dos melhores estão aqui”, ampliou Hocsman, para depois complementar:
“Não é direito de ninguém colocar em xeque a idoneidade moral de dirigentes de clubes, federação e da imprensa. Todo mundo está ali para fazer o seu trabalho de forma séria. Está se passando do ponto e do limite. As pessoas precisam saber a sua responsabilidade”.
Veja as principais falas de D’Alessandro antes de São Luiz 1×3 Inter:
“Falando do VAR, vou para uma questão mais ampla. Coincidentemente, o Daniel Bins sempre tem um lado favorecido. Não só com o Inter. Vivemos isso na final do Campeonato Gaúcho (do ano passado), Grêmio e Juventude, que o VAR não chamou (para revisar o lance). A gente abre os olhos e pensa sobre o que realmente está acontecendo para que as coisas sejam justas. Não queremos ser favorecidos, mas que sejam justos”
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“Quando se tem reclamação do outro, a reclamação é válida. Quando é o nosso lado, é choradeira. Não tem como aceitar isso. A partir de manifestações, teve colocações sobre o VAR, sobre a arbitragem, e depois de algumas decisões do VAR em jogos do Inter… não foi o Inter que começou. A partir do momento em que a gente sente que isso influi em decisões no campeonato, nós vamos, com respeito, nos pronunciarmos. Vamos fazer de tudo para defender o Inter. As coisas têm de ser definidas dentro do campo”