De acordo com informações do jornal O Globo, o Grêmio, através do seu presidente Alberto Guerra, “peitou” a CBF para que todos os jogos da rodada do Brasileirão venham a ser adiados, não apenas os dos gaúchos. A preocupação gremista é com a situação das cheias no Rio Grande do Sul e com um eventual desequilíbrio no campeonato, tendo em vista que as rodadas estão sendo incompletas.
Mesmo sensível à situação dramática do RS por conta das recentes chuvas, a CBF não trabalha até este momento com a possibilidade de interromper o campeonato. Guerra, porém, entende que o tratamento seria outro se fosse um clube do eixo Rio-São Paulo envolvido.
“Em contato direcionado ao presidente da entidade, Ednaldo Rodrigues, Guerra alegou que ‘O Rio Grande do Sul também é Brasil’. E questionou se a atitude da CBF seria a mesma com clubes do Rio e São Paulo. Guerra exige que Ednaldo adie a rodada inteira e chama a CBF de insensível, alegando que não seria dado o mesmo tratamento ao Flamengo, clube citado nominalmente, e os paulistas”, diz matéria do jornalista Diogo Dantas.
Grêmio, Inter e Juventude, como mostramos aqui, desejam a suspensão dos seus jogos por 20 dias e contam com o apoio da Federação Gaúcha de Futebol no contato com a CBF. Até a realização desta reportagem, porém, as partidas deste próximo final de semana seguem mantidas.
Goleiro do Grêmio vê “falta de respeito”
Para o goleiro gremista Agustín Marchesín, é uma “falta de respeito” a continuidade do futebol no Brasil em meio ao caos vivenciado em todo o Rio Grande do Sul. Esta foi a postagem do arqueiro em seu Instagram ao longo da segunda-feira:
“É triste ver como a vida segue ‘normalmente’ nos grandes centros do país. O futebol segue como se nada estivesse acontecendo. É a maior catástrofe da história de um estado. Dezenas de vidas perdidas, famílias inteiras desabrigadas, crianças, animais… é uma situação extremamente triste e nunca vista antes na história do Rio Grande do Sul”, postou Marchesin, para depois completar:
“Sei que muitos clubes estão se mobilizando e enviando doações para os afetados pelas enchentes. Mas acredito que a entidade máxima do futebol brasileiro deveria entender que o momento é de foco total em salvar vidas e abrigar famílias. Todos sabemos que a vida não pode parar, mas ignorar a dor alheia nestas condições é falta de senso de humanidade e respeito”.
Por conta da inundação no RS, o Grêmio teve os seus jogos contra Criciúma e Huachipato por Brasileirão em casa e Libertadores fora, respectivamente, adiados. A próxima partida marcada no calendário é neste sábado, 21h, diante do Atlético-MG, em Minas Gerais.
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