Mantendo um longo silêncio desde que deixou o Grêmio, o técnico Vagner Mancini voltou a se manifestar publicamente em entrevista à Rádio Bandeirantes avaliando que não sentia a “pressão” dita pela direção como motivo para a demissão. O profissional criticou a influência das redes sociais nos clubes brasileiros e sugeriu que seria interessante o início de um movimento da vinda de dirigentes estrangeiros para o Brasil – veja as aspas:
Chegada ao Grêmio:
“Se a gente analisar que eu vim do América-MG e que recebi o convite do Grêmio faltando 14 jogos, e eu disse na época para a direção que seria muito difícil escapar… e foi me dado o retorno de que eles também sabiam por tudo que estavam acompanhando no campeonato, e que por isso estavam me contratando, porque queriam que eu fosse o treinador para 2022. Beleza, eu aceitei. Paguei a multa do América-MG, é bom que seja dito. Tenho dado poucas entrevistas. Paguei a multa para sair do América”
Campanha em 2021 e demissão em 2022:
“Assumi o Grêmio e tive um aproveitamento nesses 14 jogos de quase 48%, o que daria para gente, se eu tivesse no campeonato todo, o 6° lugar no campeonato. A diretoria entendeu que a manutenção para 2022 fazia parte do projeto da minha contratação. Iniciamos o ano e acertamos cinco semanas de pré-temporada, e é normal que a partir disso o atleta sinta dificuldade, já que já vem de um mês inativo. Para suportar a carga intensa é necessário. Mas aí você começa a ser cobrado por bons jogos no estadual. Tudo isso a gente entende. Em quatro jogos, tem um empate e três vitórias e você é questionado, bom, é a cabeça do dirigente. Acho que a gente precisa olhar para o lado do dirigente e também da imprensa. Tem muita gente comentando aí que poderia ser substituído por portugueses, argentinos, uruguaios, assim como os dirigentes. Por que a gente não importa dirigente do exterior?”
Pressão alegada pela diretoria
“Eu gostaria de entender também qual era essa pressão. Eu saía na rua e não sofria nada de assédio moral por parte dos torcedores. Não sou ligado às redes sociais. Não gosto. Tem que ser bem usado ou você é influenciado. Infelizmente, os clubes hoje levam muito a sério. Quando você não tem o resultado, as pessoas vão ali nas redes sociais e depositam todo o seu ódio. Daí vem a pressão. Se eu fosse um presidente de clube, eu saberia muito bem até onde ir com as redes sociais”
Mirassol 3×2 Grêmio
“Nós sabíamos no começo do ano que era um jogo complicado. Analisávamos o Mirassol desde o começo do Paulistão. Tínhamos um profissional focado em analisar o Mirassol. Ninguém mais ganha na marra, essa é a verdade. No futebol de hoje, os bons trabalhos surtem efeitos no tamanho da capacidade do clube. Não é de hoje que o Mirassol vem se destacando. Revela e vende jogadores, tem um CT bem pensado e elaborado. O que aconteceu foi que o Eduardo Baptista tinha o time nas mãos, sabia a forma como queria jogar. Só que a grande massa só interpreta o resultado”