Mancini diz que Grêmio era um “clube desconectado” e relembra volta ao América-MG: “Pedi desculpas”

Treinador foi chamado para tentar salvar o tricolor em 2021, mas não conseguiu

Sem ter os resultados esperados com Tiago Nunes e depois Felipão, o Grêmio deu a sua última cartada na temporada de 2021 apostando em Vagner Mancini para escapar do rebaixamento. Na época, o treinador fazia um bom trabalho no América-MG e voltou ao time mineiro em 2022 após não salvar o clube gaúcho e ser demitido ainda no começo do Gauchão.

Mancini, em entrevista dada ao podcast “Futeboteco” nos últimos dias, destacou que não se arrepende de ter tentado salvar o Grêmio e que a sua ida se deu também pelo episódio de 2008, quando iniciou o trabalho no tricolor e foi demitido de forma invicta no começo do ano.

“Eu não me arrependo. Tenho isso na cabeça: não se arrepender das atitudes que tomamos na vida. Temos dois caminhos, é uma bifurcação sempre. Eu tinha tido uma passagem prematura no Grêmio e isso pesou, porque eu queria vencer no clube. O Grêmio me chama em uma terça, véspera de um jogo entre Inter x América-MG no Beira-Rio. Mas eu só respondo no sábado. De terça a sexta, eu falei ‘não’. Mas me arrependi de sair porque desagradei muita gente e isso não é legal para o teu sentimento. A gente fazia um trabalho maravilhoso no América-MG, perto de confirmar a vaga na Libertadores”, declarou Mancini, que teve como último clube o Goiás em 2024, para depois ampliar:

“Em 2008, saí de forma prematura do Grêmio, invicto e fui mandado embora de forma covarde. Eu queria provar, mas tanto me arrependo que, quando saio, volto para o América. A primeira coisa que eu fiz quando eu cheguei foi pedir desculpas aos jogadores. Eu falei a eles que o que eu fiz foi ‘abandono’. Mas os caras vieram, me abraçaram e a gente se reconectou. Eu nunca tive medo de pedir desculpas. O perdão faz parte da nossa vida. A gente toma decisões o tempo inteiro. E a gente fez uma grande campanha de novo, indo para a Sul-Americana”.

Por que o Grêmio caiu?

Segundo Mancini, o Grêmio era um clube “desconectado” naquele momento e tinha problemas em vários setores, não apenas no campo. Ele aponta o empate sofrido contra o Corinthians, em São Paulo, com gol de Renato Augusto, como decisivo para a queda:

“Eu consigo detectar porque estive lá no dia a dia. Eu chego no Grêmio e encontro um clube desconectado. Para você ter uma máquina funcionando em todas as peças. Mas tinha falatório no Departamento Médico, na parte física, no campo, tinha jogador falando do outro. E para reconectar tudo demora um certo tempo. E a gente demorou um pouquinho. O Grêmio da reta final já era outro time. Tanto que ganha do São Paulo, do Atlético-MG e outros jogos também. Caímos por aquele gol do Renato Augusto no trinco aos 49 minutos do segundo tempo. Com este gol do Corinthians, chegamos para a última rodada tendo que vencer e torcendo para o Juventude não ganhar”, citou o treinador, para depois ampliar:

“Ser rebaixado ou ser campeão, faz parte de quem paga o preço para estar ali. A própria torcida está envolvida. Tem times que ficam na zona do rebaixamento e a torcida lota o estádio para tirar o time. A do Grêmio abraçou”.

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