O início animador contrastou com a queda de rendimento na sequência, o que não foi perdoado pela torcida. Mesmo sendo cria das categorias de base, Léo Ortiz chegou a ser vaiado no Beira-Rio e perdeu espaço no time que inclusive foi titular no início de 2017 – ano da disputa inédita de Série B no clube. Depois de um ano emprestado ao Sport, ele fez um 2019 impecável primeiro no RB Brasil e depois no Bragantino, que se uniram em um só. À reportagem do Zona Mista, o jogador passou a limpo a carreira:
Zona Mista: Como você define a sua temporada de 2019 e a relação de confiança com o técnico Antônio Carlos Zago?
Léo Ortiz: Acredito que a minha temporada foi boa, principalmente pelas conquistas coletivas. Pude jogar com regularidade e conseguimos ganhar o Troféu do Interior, com o Red Bull, e o acesso e o título da Série B, com o Red Bull Bragantino. São dois campeonatos muito importantes e bem difíceis. Sobre o Zago, é um prazer e um privilégio ter ele como o responsável pela minha profissionalização no Inter e depois por ter apostado em mim ao me trazer ao clube. Ele sempre me ajuda e me dá conselhos para eu crescer dentro e fora do campo. É uma honra poder contar com a confiança dele.
ZM: Dá pra dizer que foi um “recomeço” positivo de carreira com essa grande campanha no Bragantino?
LO: Não acredito que seja um recomeço. Tudo o que passei no Internacional e no Sport me ajudou a amadurecer muito, tanto dentro como fora de campo. O que me tornei neste ano é resultado dessas experiências anteriores. Aprendi bastante em cada clube que joguei e o que estou vivendo é uma continuidade da carreira.
ZM: No Inter, você iniciou muito bem naquele ano difícil de 2017, mas foi perdendo espaço e até chegou a ser vaiado. Sente que ainda não estava pronto ou o momento do time não te ajudou?
LO: Acredito que nenhum jogador chega 100% pronto para jogar. Até porque o futebol profissional é totalmente diferente da base. É outro jogo, outra competição. É questão de aprendizado e amadurecimento e você ao alcança isso jogando, acertando e errando. Na época, o momento do clube não era dos melhores porque foi o ano que tinha acabado de ser rebaixado e a pressão era maior. A torcida estava bem impaciente, mas posso afirmar que foi uma época muito produtiva e onde eu aprendi muitas coisas. Tudo o que passei no Inter me fez eu amadurecer demais.
ZM: Ficou alguma frustração do período no Inter?
LO: Não. Sou muito grato por tudo o que vivi lá e deixei muitos amigos no clube.
ZM: Pensa em voltar ao clube futuramente?
LO: Agora estou 100% focado no Red Bull Bragantino e só penso em ajudar o clube a conquistar os objetivos. O projeto é ambicioso e estou extremamente feliz e adaptado aqui.
ZM: Voltando ao RB Bragantino, como é jogar em um clube-empresa e qual a tua expectativa para a Série A de 2020?
LO: É um clube extremamente organizado e que pensa muito antes traçar as estratégias e tomar as decisões. O clube quer se tornar vencedor, mas não faz loucuras para atingir os objetivos e possui um planejamento muito responsável. Acredito que estamos no caminho certo, sem extrapolar os limites. Também acho que temos condições de fazer um grande Campeonato Paulista. Nosso elenco tem muita qualidade e podemos almejar coisas importantes na competição, assim como no Brasileiro. A Série A é um campeonato extremamente duro, diferente da Série B, mais qualificado, e, antes de mais nada, precisamos pensar em fazer uma campanha sólida, sem qualquer risco de rebaixamento. E, a partir daí, começar a planejar uma vaga na Sul-Americana ou, quem sabe, brigar pela Libertadores. É um passo de cada vez.