Fator financeiro quase impediu a volta de Renato para o Grêmio em 2022, diz ex-presidente

Treinador foi chamado para substituir Roger Machado na reta final da segunda divisão

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Uma diferença financeira entre o que o Grêmio poderia pagar de salário e o que Renato Portaluppi gostaria de ganhar, naquela reta final de 2022, quase impediu a volta do ídolo ao comando do clube. Pela primeira vez, o presidente gremista da época, Romildo Bolzan, deu detalhes da negociação que envolveu a volta do atual comandante no lugar de Roger Machado.

“Liguei para o Renato e disse que tínhamos problemas. Não estava levando em conta o que aconteceu, mas falei a ele naquele momento que precisava disso. Ele disse: ‘Ah, tá bem, mas como vai ser o salário?’. O salário seria de tanto, eu não tinha mais condições de fazer diferente. Aí o Renato me disse: ‘Mas aí não vai dar nem pra conversar’. Sugeri a ele que eu ligasse no dia seguinte para ele amadurecer a ideia. Se ele achasse melhor não, eu nem ligava. Mas ele disse para eu ligar no dia seguinte”, disse Bolzan, em entrevista ao jornalista Alex Bagé.

Uma compensação financeira dentro da premiação pelo acesso à Série A foi o que “salvou” o negócio para garantir a volta de Renato, segundo o ex-mandatário:

“Estava eu em casa com minha esposa no dia seguinte. Liguei. Precisávamos terminar a competição de uma forma segura e eu não queria ter riscos de criar um vazio emocional para a gente afundar. E via o Renato como a pessoa certa para isso. Eu disse que o salário que eu poderia pagar era aquele. E fui me despedindo no telefone: ‘Então tá bem, Renato, tentamos, não deu, paciência’. Eu já estava quase batendo o telefone e o Renato pediu para esperar mais um pouquinho. E aí veio a possibilidade da alternativa na premiação, que aí iríamos compensar com algumas coisas e aí ele veio”.

Bolzan se arrepende da demissão de Renato

Se pudesse voltar no tempo, Bolzan confirma que não teria demitido Renato no primeiro semestre de 2021, antes do começo do Brasileirão que levou o clube à Série B:

“Quando vivemos a crise técnica de 2021, apesar da final da Copa do Brasil que fizemos em março com o Palmeiras, aí saímos na pré-Libertadores, enfim, eu deveria ter botado mais avaliação e debate na saída do Renato. No contexto formado, na situação criada e no declínio técnico, eu não avaliei corretamente que aquele era o melhor momento da transição. Por toda a consequência gerada”, afirmou, para depois concluir:

“Tu faz a montagem do elenco a partir de um treinador. E quando o técnico está próximo e vinculado, qualquer rompimento gera fragilidades. Foi um equívoco. Um equívoco coletivo, mas eu assumo a bronca, a caneta era minha. Eu não faria aquilo de novo. E eu disse isso ao Renato quando ele retornou. A gente não faria grandes campeonatos naquele ano, mas com segurança não cairíamos”.

A entrevista do ex-presidente do Grêmio: