Ainda que a fase atual seja muito boa, com o Inter perto da final da Copa do Brasil e nas quartas da Libertadores, o técnico Odair Hellmann não vive apenas de paz e amor. Ele demonstrou incômodo com um repórter na coletiva de imprensa deste domingo, logo após o empate em 0x0 com o Corinthians no Beira-Rio, pelo Brasileirão.
O jornalista fez menção ao fato de o Inter ter terminado o jogo bem ofensivo, ao contrário do que ocorria nos jogos da temporada passada. Ele chegou a usar o rótulo “retranqueiro” e recebeu uma longa explicação de Odair.
“Hoje vou para casa (como) Guardiola. Ãh? De retranqueiro a Guardiola (pausa) Gosto das nomenclaturas, das situações todas. Eu vou explicar, mesmo que a gente esteja com fome aqui e seja dias dos pais. Ano passado a gente tinha alguns jogadores com características específicas e não jogadores que podem dar posse maior. Não é por serem melhores ou piores. Por exemplo, Damião e Guerrero. Cada um é bom jogador dentro da sua característica. Guerrero vem, faz pivô e tabela. Damião tem imposição física maior, precisa de espaço ou de contato físico. Cruzamento. O Damião não vai vir fazer triangulação. O treinador precisa explorar as potencialidades do jogador para o time, para o coletivo”, disse o técnico, que acrescentou:
“A França tinha jogadores ofensivos, de qualidade, e jogou com bloco baixo e em transição. São ideias e visualização das características do elenco. Esse ano agregamos jogadores com outras características. Não é ser retranqueiro ou ofensivo. É ver as possibilidades, o grupo. O que adianta ter jogadores com uma característica e tentar algo diferente? Aí, três jogos depois o cara está em casa. Essas perguntas são cansativas, mas ao mesmo tempo me permitem falar sobre isso novamente”.
Na vitória por 1×0 fora de casa sobre o Cruzeiro, na quarta, pela Copa do Brasil, Hellmann completou a marca de 100 jogos no Inter. Já são mais de 20 meses de trabalho.