Em papo de “gremista para gremista”, Douglas Costa fala de Maicon, explica lesões e diz como encara as críticas

Meia-atacante do Grêmio publicou uma nova entrevista em seu próprio canal no YouTube

Na reta final da recuperação de lesão muscular na coxa, o meia-atacante Douglas Costa usou o seu próprio canal no YouTube nesta segunda-feira para publicar um bate-papo de “gremista para gremista”, tratando de uma série de temas que vão desde o seu retorno ao Grêmio em 2021 até o peso da saída de um jogador como Maicon no elenco.

O camisa 10 admitiu que está vivendo “um dos maiores desafios” de toda a carreira e disse aceitar todas as críticas construtivas, embora tenha lamentado a forma como muitas cobranças são feitas via internet e não pessoalmente. Ainda assim, Douglas se disse “de cabeça aberta” para ser criticado quando não for bem em campo.

Segundo o atleta, a ideia de manter um canal no YouTube era produzir vídeos de outros temas além do futebol e com viés irreverente de tempos em tempos, mas que foi necessário “dar uma segurada” por entender que não é o momento em função da má fase do Grêmio no Brasileirão.

Confira abaixo um resumo do que disse Douglas Costa no vídeo: “De gremista para gremista”

Chegada na Juventus e retorno ao Grêmio:

“Quando cheguei na Juventus tive os primeiros seis meses mais ou menos assim, conturbados também. Até porque, naquela ocasião, o time era cheio de estrelas. Esperavam muito de mim, assim como esperam aqui. A gente conseguiu ser campeão italiano três vezes seguidas. Não veio a Champions, mas conseguimos almejar várias coisas que estávamos buscando”

Confiança em dias melhores:

“Tem sido um dos maiores desafios da minha carreira. Voltar e ver tudo do jeito que está. Com a gente numa zona que não é confortável. Empenho e dedicação foram as coisas que me fizeram evoluir. É o que eu venho buscando. Vai acontecer. As coisas nunca são do jeito que começam. Vai acontecer e vai terminar de um jeito bom pra mim”

Ser “espelho” para os demais jogadores:

“Nos elencos que eu tive, sempre fui motivado por alguém. Porque eu era um dos mais novos. Agora sendo eu um dos caras que mais rodou… apesar do clima dentro de campo, a gente consegue manter a alegria e o grupo vê em mim um espelho dentro de campo também. Então, vejo vários meninos bons no Grêmio que têm tudo para fazer carreira brilhante. O legal é que eles escutam eu, o Rafinha, o Geromel. Servir de espelho agora é uma novidade, é até estranho. Tenho que ver o que falo, tenho que cuidar para não ser um espelho negativo para as pessoas”

Estilo de jogo e lesões:

“Eu vou sempre no meu limite. Eu não conseguiria ir meia-boca em algumas situações. Meu estilo de jogo não deixa ser assim. De pisar no freio, de fazer coisas lentas, retroceder. Na minha carreira toda, gostei de fazer as coisas em alta velocidade. Juntou tudo: uma fase que não é boa do Grêmio. É uma fase que na real o clube passou há uns sete, oito anos, que era de renovar jogadores”

Maicon:

“O Maicon saindo agora. Que, querendo ou não, foi a cara do Grêmio por muito tempo. Acho que foi contra o Cuiabá. Ele jogou 10 minutos e o time já muda a postura. Começa a atacar os espaços. Porque ele conhece muito bem os jogadores. Até tu encontrar um jogador naquele nível ali, demora, demanda um pouco de tempo. Grêmio sempre teve esse pilar. Geromel na defesa, Maicon no meio e Diego no ataque. Esses caras começam a perder o ritmo de jogo, a não ter a mesma forma física e o time era espelho deles. Agora o time busca outros espelhos”

Lidar com críticas:

“Hoje em dia aqui no Brasil vejo que as pessoas cobram muito na internet. Eles não falam pessoalmente porque sabem que ali tem outra pessoa que vai responder também. Nossa carreira tem o ônus e o bônus. Três meses atrás todos queriam que eu tivesse aqui. Queriam que as coisas fossem da maneira que eles estavam imaginando, mas não ocorreu. Aí vem a crítica. Que até é bom quando for construtiva, porque faz o cara crescer. Isso que vem acontecendo com a gente. Nunca levei a crítica como “ah, vem cá então e faz no meu lugar”. Não, acho que cada um tem a sua. Se eu estou aqui é porque sou capaz de fazer e de tentar reverter a situação. Se eu estou aqui é porque eu sou capaz de fazer. E é como eu sempre digo: podem me criticar. Sou um cara que tem a cabeça aberta para isso, desde que seja com educação. Se for cobrança de dentro de campo, pra mim está de boa. Vou continuar me esforçando e buscando meu melhor”

O que o torcedor do Grêmio ainda pode esperar:

“Tem mais 20 rodadas aí e o que o torcedor pode esperar de mim é um grande empenho. Eu estava tendo um grande empenho, mas as coisas não vinham acontecendo. Por vezes eu dava uma assistência e alguém errava. Essas coisas e tal. Mas faz parte. É a fase. Jamais vou apontar algum colega como culpado. Estamos na mesma linha de caminhada e o torcedor pode esperar o melhor de nós. Queremos tirar o Grêmio dessa situação”

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