Ao passar a limpo os quatro anos de gestão no comando do Internacional, o presidente Marcelo Medeiros, em entrevista concedida ao Globoesporte.com, voltou a negar veementemente que tenha faltado respaldo por parte da direção a Eduardo Coudet, que deixou o clube no início de novembro rumo ao Celta de Vigo, da Espanha.
Medeiros ainda chamou de “teorias conspiratórias” as teses de que o argentino deixou o cargo pela turbulência política do clube e também relembrou a participação de Chacho no programa Bem, Amigos!, do SporTV, onde fez muitos elogios ao executivo de futebol Rodrigo Caetano.
“Eu acho que a gente fez o melhor que a gente podia. Era um projeto de longo prazo, de dois anos, que vinha no crescente. Eu não sei se foi um cenário político que se avizinhava de uma maneira conturbada. Eu não sei se o treinador viu que aquele grupo da forma que ele gostava de jogar tinha batido no teto, ou se foi uma oportunidade que ele encontrou de ir para o mercado espanhol. A decisão é dele. Não estava no nosso alcance segurar a presença do Coudet em Porto Alegre (…) O curioso é que duas semanas antes, ele esteve no Bem, Amigos, deu uma entrevista por quase uma hora e 20 minutos e encantou a todo mundo com simpatia, conhecimento de futebol brasileiro. Mas principalmente pelo seu ambiente no clube e pela sua relação com Rodrigo Caetano (executivo). Então essas teorias conspiratórias de que houve desentendimento no vestiário não têm lógica. Tanto não têm lógica que seus auxiliares não sabiam que ele tinha a intenção de deixar o Inter“, declarou o mandatário.
Coudet deixou o Inter na liderança do Brasileirão e vivo nos mata-matas da Copa do Brasil e Libertadores – Foto: Divulgação/InterMedeiros deu risada ao ser perguntado pelo repórter Eduardo Deconto, do GE, se a direção não deu o devido respaldo ao treinador:
“(Risos). Posso tirar a máscara para rir? O Coudet chegou, me pediu um jogador que trabalhava com ele (Musto), esse jogador veio. Nós perdemos ao longo do ano três atletas importantíssimos (Guerrero, Boschilia e Saravia). Veio o Abel (Hernández). Ele (Coudet) mostrou imagens do Leandro Fernández, que veio. Nós entendemos que a equação que fizemos com a saída do Pottker e a vinda do Mauricio é importante para o futuro do clube. Entendemos que o Yuri Alberto seria um jogador importante para o presente e principalmente para o futuro do clube. O Coudet queria muito um zagueiro argentino. E nós entendíamos que o Rodrigo Moledo estando no grupo tinha que jogar. O respaldo vai até o limite de quem tem a hierarquia do clube. Se eu tenho um atleta como o zagueiro que temos, eu não vou contratar outro. Ele pediu o Lucas Ribeiro. E ele não botava o menino para jogar. Então, não pode ficar empilhando jogador a cada tropeço e botar a culpa na direção porque não tem respaldo. Acho que ele foi respaldado. Não tem mágoa nenhuma por ele ter ido trabalhar na Espanha“, concluiu.
Na mesma entrevista, Medeiros ainda prometeu se afastar da vida política do Inter. Ele faz o último jogo como presidente no domingo, fora de casa, contra o Bahia. E, depois, passa o bastão para o seu ex-vice de futebol, Alessandro Barcellos, novo presidente até 2023.