
Em entrevista concedida à Rádio Guaíba, o vice-presidente jurídico do Inter, Guilherme Mallet, admitiu ter achado “estranha” a postura de Andrés D’Alessandro em, recentemente, cobrar publicamente em entrevista a dívida que o clube tem com ele – relembre aqui a totalidade dos valores devidos e o acordo feito. Mallet, por outro lado, não quis opinar se o posicionamento de D’Ale pode ter ou não algum interesse político.
“Eu achei estranho a postura do D’alessandro quanto a dívida do Inter com ele. Não sei se ele tem interesse político no clube, por mais que a declaração dele tenha ido para esse lado, se ele tiver também não há problema”, disse, antes de ampliar:
“Mas a prioridade do Inter é com os seus funcionários atuantes hoje. Todos sabem da dificuldade financeira que o clube enfrenta, e temos que arcar primeiramente com quem está no clube hoje”, afirmou.
Atualmente, D’Alessandro exerce o cargo de coordenador técnico do Cruzeiro, tendo parado de jogar no próprio Inter na segunda rodada do Brasileirão de 2022, no Beira-Rio, contra o Fortaleza. Ele inclusive marcou gol neste duelo.
Relembre as falas de D’Alessandro sobre a dívida do Inter
“É um assunto antigo, de seis ou sete anos. Eu nunca externei, não é a minha maneira de ser. Era de total sigilo, mas veio à tona há algumas semanas. Sim, tem uma dívida. Na minha volta ao clube, vim por um salário que para o futebol é baixo. Aceitei as condições de clube e me adaptei na realidade de janeiro de 2022 quando voltei. O único que queria era me aposentar no Inter e muitas pessoas disseram que seria só um jogo despedida. Outros disseram que a dívida estava em dia. Nunca esteve, sempre esteve atrasada. Fiz um acordo com o presidente e o acordo não está sendo honrado”
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“São cinco parcelas atrasadas da dívida. Deve ter um monte de credores receber, mas eu não posso brigar por todo mundo, brigo pelo meu. Nunca procurei uma decisão forte contra o clube porque é isso que dita o meu coração. Até agora não teve solução que a gente procurou. Tudo que eles queriam eu aceitei: tempo, valor, parcelas. Aceitei tudo. Não está sendo cumprido”
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“Eu não descarto nenhuma possibilidade para que eu possa resolver. Minha vida mudou, não sou mais atleta. Estou trabalhando fora de Porto Alegre, sem a família, sozinho em BH. São coisas que coloco na balança. Tenho que brigar pelo meu direito. Até hoje foi de uma maneira. O tratamento não é recíproco. O que eu dei para o clube de muitos anos… é dívida que vem lá atrás. Mas hoje não tem diálogo, nem tratamento. A possibilidade de tomar uma decisão um pouco mais forte é real”