Uma situação ocorrida nas coletivas de Renato Portaluppi e Paulo Caleffi depois de Grêmio 3×1 América-MG, quinta-feira, irritou repórteres gaúchos que cobriam o jogo. Assim que as duas entrevistas encerraram, torcedores presentes no fundo da sala de imprensa aplaudiram tanto o treinador como o dirigente, algo que gerou até uma proposta de “boicote” às próximas coletivas se nada mudar.
“Está sendo feito um combinado aqui entre o pessoal da imprensa de que, enquanto houver torcedores na sala de coletiva, não vão vir mais fazer as coletivas de imprensa do Grêmio no pós-jogo”, relatou, ao vivo, ainda na quinta, o repórter do canal do comentarista Cesar Cidade Dias, Eduardo Picão.
Espero que o @Gremio não ceda!!! @p_caleffi e @betoguerra73 , a torcida está do lado de vcs, está na hora se sermos respeitados por essa imprensa tendenciosa… pic.twitter.com/eTCVrUfR5R
— 🇧🇼 Fabiano Imortal Tricolor 🇧🇼 (@BrisolaFabiano) June 24, 2023
Normalmente, sócios e conselheiros ganham o direito de ficarem na sala e não foi a primeira vez que este tipo de coisa aconteceu – Renato, por exemplo, já foi aplaudido entre outras ocasiões. O agravante desta vez é que houve relatos de críticas e xingamentos destes torcedores a repórteres logo depois do fim da coletiva de Paulo Caleffi, que deu uma resposta dura ao repórter Matheus D’Avila – a situação gerou até nota oficial da Aceg-RS.
Repórter da Rádio Gaúcha falou sobre a situação na Arena do Grêmio
Um dos maiores críticos de toda esta situação foi o repórter da Rádio Gaúcha, José Alberto Andrade, que prometeu não ir mais na sala de conferências da Arena se tudo seguir assim:
“De minha parte, não falo em nome da Rádio Gaúcha e nem tenho esse direito, mas da maneira que torcedores se manifestam na sala de conferências, desacatam jornalistas… nós podemos estar errados e podemos ser contestados em uma entrevista pelo entrevistado, por claque não. Ou Grêmio toma providência ou não venho. Outro colega será escalado e meus superiores tomam essa decisão”, declarou Zé Alberto, antes de acrescentar:
“Eu tenho 38 anos de rádio e 35 anos de setor do Grêmio, não admito esse tipo de coisa no trabalho da imprensa em uma sala que é gerenciada do Grêmio. O clube tem pessoas, como o presidente Guerra, que serão sensíveis à situação muito desagradável que aconteceu. Não é o problema do aplauso ao entrevistado, que infelizmente acontece, mas são as ameaças e o desacato feito. Nós não desacatamos entrevistados, mas o que se viu hoje eu lamento”.
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