Presente na gestão do presidente Marcelo Medeiros como vice eleito entre 2017 e 2020, Alexandre Chaves Barcellos usou a entrevista dada à Rádio Gaúcha nesta terça-feira para passar a limpo o trabalho do argentino Eduardo Coudet no comando do clube de janeiro a novembro do ano passado. Segundo o ex-dirigente, o atual comandante do Celta de Vigo, da Espanha, sabia muito bem da realidade financeira delicada do clube, impulsionada pela pandemia, o que impediria a construção de um elenco com muitas opções variadas.
Para exemplificar o fato de que Coudet estava por dentro do Inter, Barcellos relembrou que foi o próprio treinador que indicou a contratação de Matheus Jussa, que atuava no Oeste, do interior de São Paulo.
“Evidente que ele sabia (elenco curto). O Coudet é tão atualizado e conhece tanto que foi ele, e não o CAPA, que observou o Matheus Jussa. Então, como um treinador que encontra um jogador desses, não vai saber se o grupo é curto, médio ou largo? E até acho que o grupo do Inter não era curto, tanto que foi vice-campeão nacional. Essa história de grupo curto era grande bobagem que começou a ser vendida como mecanismo de proteção do treinador”, declarou.
Para Chaves Barcellos, Coudet começou a “se proteger” ao falar insistentemente que o elenco colorado era “curto”:
“Ele começou a ter resultados que não esperava e começou a se vacinar sobre eventuais novos insucessos. Isso foi o que evidentemente aconteceu. Atingiu um patamar que talvez não esperasse e depois se protegeu batendo de frente com o Rodrigo Caetano e comigo dizendo que o grupo era curto. E o próprio grupo estava um pouco cansado disso. Vocês sabem como funciona o vestiário. Essa relação intrincada do treinador com a direção foi construída por ele, não por nós. O Abel Braga veio em momento de crise no clube”, concluiu o ex-dirigente.
A saída de Eduardo Coudet foi efetivada no dia seguinte ao empate em 2×2 diante do Coritiba, no Beira-Rio, pelo Brasileirão. Em seguida, Chacho aceitou a proposta recebida pelo Celta.
