Por ser o mais antigo do elenco, Marcelo Grohe carregava um peso extra na temporada de 2016, ano que fecharia 15 temporadas sem grandes títulos por parte do Grêmio. Sem ainda ser unanimidade na torcida, o arqueiro falhou quando não deveria e por pouco não comprometeu a campanha que encerraria o jejum, justamente na Copa do Brasil do mesmo ano.
Após vencer o Athletico por 1×0 na ida, no Paraná, o Grêmio tinha a vantagem no segundo jogo das oitavas, mas tudo ficou igual quando Grohe soltou uma bola nas mãos do ex-colega André Lima no primeiro tempo. Contrariado e pressionado, Grohe chegou ao vestiário prometendo que não iria mais ficar no clube caso o time terminasse a noite eliminado.
Quem contou a história foi o volante Ramiro, hoje no Al-Wasl, dos Emirados Árabes Unidos, em entrevista recente concedida ao jornalista Duda Garbi, no YouTube:
“Aquela Copa do Brasil teve momentos marcantes. Um deles foi o do Marcelo Grohe contra o Athletico. Ele falha no gol naquele jogo da Arena e vai muito triste pro vestiário. Ele já carregava um peso muito grande por ser da base, por já estar no clube. Nos disse no vestiário que, se a gente perdesse, a história dele no clube estaria acabada, que ele iria embora e não iria querer mais. A gente acalmou ele e conseguimos ganhar nos pênaltis com ele sendo herói”, relembrou Ramiro.
De vilão a herói. Como lembrou Ramiro, Grohe acabou salvando o Grêmio da eliminação na disputa por pênaltis pegando a cobrança de Weverton e foi aos prantos ao vestiário, mas dessa vez o choro era de alívio e o desejo de deixar o clube já não habitava mais a sua mente.
Depois, com Grohe em alta, o Grêmio seguiu firme na campanha da Copa do Brasil contra Palmeiras, Cruzeiro e Atlético-MG, respectivamente. E o arqueiro brilhou mais ainda ao longo do tricampeonato da Libertadores de 2017 no ano seguinte. Sua saída ao Al-Ittihad, da Arábia Saudita, onde permanece até hoje, se deu depois do encerramento da temporada de 2018.