O técnico Renato Portaluppi deu novos bastidores da sua saída do Grêmio em entrevista ao Charla Podcast, nesta quinta-feira. Segundo ele, o presidente Alberto Guerra já sabia da sua decisão de ir embora de Porto Alegre desde o fim da enchente, quando os jogos voltaram a acontecer na temporada de 2024 para os gaúchos. Desgastado, o treinador contou que “nada” o seguraria para 2025.
“Por causa da enchente. O Grêmio disputou Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores fora da Arena. O Grêmio é muito forte lá. Imagina o Botafogo não jogar no Maracanã e no Engenhão. E jogar em outro estado. Ficamos 40 dias em um hotel longe da família e tendo que dar resultado. As pessoas morrendo, passando fome, sem comida. Alguns achavam que era tudo normal”, afirmou Renato, antes de acrescentar:
“Nesses 40 dias, não tive problema algum com os jogadores. Aí começaram a cobrar. Mas estou com a consciência tranquila. Tanto que depois da enchente eu procurei o presidente e falei: ‘Esquece, final do ano vou sair fora’. Já tinha comunicado a ele. Nada iria me segurar. Eu precisava de férias. Pelo desgaste”.
Segundo Renato, ele e sua filha Carol Portaluppi buscaram auxílio para os mais necessitados com uma relevante quantia a ser entregue aos atingidos da enchente:
“A gente estava f…, essa é a palavra certa. Vendo o nosso povo sofrendo. Comércio, animais, tudo. A minha filha ia para os Estados Unidos, mas deixou de ir para ajudar o pessoal da enchente. Virava noite ajudando. Ninguém sabe, mas juntamos mais de meio milhão para ajudar. O povo lá é muito fiel. Só que algumas vezes vinha o engenheiro de obra pronta, os cornetinhas, querer bater de frente. Mas comigo não tem trégua nunca. Como vem, vai”, ampliou.
Renato, pós-Grêmio, segue sem clube
No dia seguinte ao término do Brasileirão de 2024, Renato se reuniu com Alberto Guerra e a saída do clube foi oficializada. Posteriormente, recebeu propostas de clubes do porte de Santos e Vasco da Gama, mas agradeceu e seguiu descansando ao lado de familiares e amigos. No momento, segue no Rio de Janeiro sem prazo para voltar ao trabalho.