Através dos storys do seu Instagram, o técnico Renato Portaluppi compartilhou nesta sexta-feira um texto escrito pelo jornalista Rica Perrone, que, na contramão da maioria das opiniões da mídia, saiu em defesa do treinador do Grêmio e criticou a imprensa pelo recente episódio da coletiva do comandante gremista em Minas Gerais. Em síntese, o comunicador avaliou que os jornalistas também estão sujeitos às consequências dos seus atos e de suas informações, ainda que o direito de preservar a fonte siga preservado.
“Quando Renato diz na coletiva que vai expor os jornalistas que mentem e causam problemas ao clube, ele está ameaçando fazer com fatos o que nós temos a prerrogativa de fazer há décadas sem fato algum. Ou seja, você fala o que quer, acusa quem quer, mas tem consequência. Ou será que das centenas de vezes que jogadores foram ameaçados e até agredidos na rua não foi também consequência de mentiras e suposições midiáticas sobre o que cada um faz da sua vida, por exemplo?”, iniciou Rica.
EXCLUSIVA – Patrício pede mais raça aos jogadores do Grêmio e cita bastidores da Batalha dos Aflitos: “Quem viu, viu”
“Foi um recado simples para os não burros ou corporativistas: se for ao contrário vocês também estão expostos. E sim, estamos. Bem mais que jogadores inclusive. Só que ninguém tem coragem de peitar a maior massa de manobra do país que é a imprensa por motivos óbvios”, acrescentou.
“Mentira é fake news. Vocês não eram contra elas outro dia, ou quando atinge a classe é ameaça? E vocês, clubes, deixem de ser burros. Voltem a zona mista e parem com coletiva. Assim os profissionais escolhem com quem falar e quem mentir volta para casa sem material. Rapidinho ele para e começa a agir com fatos e não com o maldito e inescrupuloso ‘direito a preservar fonte’ pra falar o que ouve como se fosse verdade”, finalizou, na parte final do seu texto.
Renato se explicou
No dia seguinte ao empate em 1×1 com o Cruzeiro, Renato soltou nota em suas redes sociais negando ter “ameaçado” jornalistas ou qualquer pessoa. Ele, porém, reforçou o pedido de “respeito” para poder realizar o seu trabalho dentro do futebol.
“Não sou de fazer ameaças. Sou contra qualquer ato de violência e quem me conhece sabe muito bem disso. Então, vou tentar explicar o que eu quis dizer ontem. O que vemos cada vez mais no futebol é a total falta de respeito por parte, principalmente, de jornalistas identificados. O jogador tal é um lixo, não pode vestir a camisa desse ou daquele time. Esse jogador é uma m… esse treinador tem de ser demitido, entre muitas outras ofensas que são feitas todos os dias”, iniciou Renato.
“Será que é fácil para os filhos dos jogadores, para as famílias dos jogadores, ouvir esse tipo de coisa? Como será que é a vida deles quando esse tipo de coisa acontece? Ou será que do lado de cá ninguém tem família? O que aconteceria se durante uma entrevista um profissional do futebol respondesse assim: ‘Acho que seu chefe deve mandar você embora, sua pergunta é muito ruim’. ‘Como sua emissora tem coragem de ter você como profissional?’. Como sua família se sentiria? Como seus filhos ficariam na escola?”, acrescentou, antes de finalizar:
“Foi isso que eu quis dizer. Repito: não ameacei ninguém. Sou contra qualquer tipo de violência. Mas é preciso trabalhar com respeito”.