Titular na campanha vitoriosa do tri da Libertadores em 2017, Barrios fechou a caminhada no Grêmio com 18 gols em 45 jogos. Tempo e números suficientes para que grandes episódios e assuntos sobre o tricolor fossem debatidos em live com o jornalista Duda Garbi, do Grupo RBS, nas redes sociais.
Hoje com 35 anos, o centroavante saiu do Grêmio depois do vice do Mundial em 2017 e foi para o Argentinos Juniors – e de lá ao Colo-Colo. Depois, ainda esteve no Huracán antes de ir para o Gimnasia, seu atual clube. Abaixo, os principais depoimentos de Barrios sobre a sua relação com o Grêmio.
Recado aos “secadores”
“Eu vejo que tem gente que às vezes fala que a Libertadores é “fácil”, que a nossa Libertadores foi “fácil”. Mas quem fala isso é quem eu chamo de secador. São os secadores. Porque vai jogar lá em Mendoza, na Argentina, contra o Godoy Cruz, com sensação de -10 graus. Fizemos um gol e queríamos ficar cinco minutos abraçados de tanto frio. Aí vai jogar lá na Venezuela, contra o Zamora, naquele calor infernal. Eu suava no banco de reservas. Depois teve a viagem para o Equador, a volta. Não tem Libertadores fácil”.
Proposta do Inter
“Sim. É verdade. Não só do Inter. Eu tive uma efetividade de 50% ou 60% de participação nos gols do Grêmio em 2017. Então era normal que alguns clubes brasileiros me ligassem. Depois do Mundial. Ligaram (do Inter) para o meu empresário, mas eu falei que não. Nada contra o Inter. Eu tenho respeito pelo Inter, está tudo bem, gosto de todos os times brasileiros. Mas eu não jogaria em um rival e não faria algo para atrapalhar minha história no Grêmio. Da mesma maneira que rivais do Colo-Colo, no Chile, me procuraram no passado. Eu sempre respeitei, mas digo não. Eu sou assim”.
Centroavante Lucas Barrios não quis saber de defender o Inter – Foto: Lucas Uebel/GrêmioTIME DE 2017
“Era um time muito bom, um timaço. E um time formado por boas pessoas. Profissionais comprometidos que queriam vencer. A gente ia junto na nutricionista, na preparação física, porque todos queriam estar bem e preparados dentro da maratona que tivemos naquele ano, pois eram jogos quarta-domingo sempre. Acho que o Grêmio já vinha de 2016 como o melhor time e em 2017 mais ainda ficou como o melhor futebol do Brasil. Tinha o Renato como aquele cara que é pai do jogador e o time encaixado, que se entendia em campo. Vinha o Luan, tabelava com a gente, o Arthur chegando de trás, os extremas nas costas dos zagueiros. Com certeza ficou marcado. Por isso a torcida tem esse carinho por nós, e nós também por este grupo”.
Romildo Bolzan
“O pessoal às vezes acha que ficou algum problema com Romildo pela saída minha do Grêmio, mas nada. Eu tenho muito agradecimento a ele. Tenho gratidão porque ele confiou e acreditou em mim. Estive com ele recentemente no Paraguai quando ele teve reunião com os caras da Conmebol. Ele é um grande presidente porque se atenta aos detalhes. Ele pega um avião e vai na Conmebol defender o Grêmio. Depois pega e vai pro Rio de Janeiro brigar na CBF. Ele briga pelo clube. Foi um cara que acreditou em mim. É um bom presidente”.
Presidente gremista foi muito elogiado pelo centroavante – Foto: Lucas Uebel/GrêmioBARREIRA CONTRA O REAL MADRID
“A gente pulou, eu e Luan. Ele (Cristiano Ronaldo) tinha batido duas faltas antes que tinham passado por cima. Nós pulamos. Como ele chuta bem, a gente ia pra cima. Naquela falta imaginamos que seria igual por cima, e pulamos. Fizemos o movimento. Aconteceu de ela passar entre o espaço que eu estava e o que estava Luan. Você quer morrer quando acontecem essas coisas. Mas no momento do jogo a gente não notou. Depois sim, mas não podemos fazer nada. Outro dia alguma rádio do RS me perguntou sobre o lance e eu perguntei se ele achava que a gente queria abrir a barreira. Só podia estar louco. A gente fez todo um esforço para chegar lá, ganhar a Libertadores… lógico que tínhamos a vontade de ser campeão mundial. Todos os jogadores do Grêmio naquele momento queriam fazer essa história”.