Faltando exatamente uma semana para as eleições presidenciais do Internacional, o Zona Mista publica entrevistas realizadas com os candidatos Alessandro Barcellos (O Inter Pode Mais – Chapa 05) e José Aquino Flôres de Camargo (Reage Inter – Chapa 03), que disputam a cadeira mais importante do Beira-Rio pelos próximos três anos. Foram feitas oito perguntas de temas variados envolvendo o clube para os dois postulantes – cerca de 60 mil sócios estão aptos ao voto online na terça-feira que vem, dia 15.
Zona Mista: Caso você seja eleito novo presidente do Inter, qual a sua prioridade número 1 a partir de janeiro?
Alessandro Barcellos: Nossa prioridade número 1 será mobilizar a equipe para a continuidade do Campeonato Brasileiro e esperamos que na Libertadores também. No início do ano teremos rodadas importantes, então precisamos ter toda nossa comissão técnica, grupo de jogadores e funcionários atentos e prontos para os desafios.
ZM: O técnico Abel Braga e o executivo de futebol Rodrigo Caetano podem permanecer no clube depois de fevereiro de 2021? Já há um diagnóstico de sua parte a respeito do trabalho destes dois profissionais?
AB: Eles são, hoje, profissionais do clube e nós iremos avaliar. Esperamos que eles façam um bom trabalho. O Abel tem contrato até fevereiro e o Rodrigo Caetano até 31 de dezembro. Passando as eleições e sendo vitoriosos, nós iremos definir estas duas situações.
ZM: O nome do técnico Eduardo Coudet, que deixou o clube recentemente, ainda é muito falado pela torcida e nas redes sociais. Existe a possibilidade de uma reaproximação com Coudet na sua gestão? Você descarta tentá-lo novamente nesses três anos de mandato?
AB: O Eduardo Coudet é um grande treinador. Trabalhamos juntos no clube e, como todos aqueles que fazem um bom trabalho no Inter, deixam as suas portas abertas no Beira-Rio.
ZM: Você criará uma política específica para a utilização de jogadores oriundos das categorias de base no profissional? Está satisfeito com o atual uso da base do clube?
AB: Iremos fortalecer a nossa capacidade na geração de talentos, tanto para serem aproveitados na equipe profissional como protagonistas, quanto para serem atletas reconhecidos como ativos de alto valor no cenário internacional. Os atletas também têm que ser formados culturalmente no mesmo modelo, independentemente dos resultados de campo, o atleta tem que ter comportamento fora das quatro linhas. A categoria de base é parte visceral do projeto. Assim colocamos como uma de nossas metas que, em dois anos, no mínimo 40% do nosso elenco de jogadores tem que ter vindo da base e ter pelo menos quatro atletas na equipe titular. Quando tivemos oportunidade nesta temporada, mudamos, aproveitando mais os garotos e chegando a uma taxa de 35% do nosso elenco vindo da nossa base. Nossa ideia é trabalhar com uma metodologia desde o departamento profissional até a base de aproveitamentos dos meninos. Uma melhor prospecção de jovens para que a gente possa alimentar melhor as nossas categorias de base. Nós vamos criar uma coordenação técnica no departamento profissional que vai fazer a relação com a comissão técnica e com as categorias de base. Assim, vamos fazer que a ascensão de jovens seja uma política permanente do clube e não de tempos em tempos apenas.
ZM: Presidentes recentes como Marcelo Medeiros, Vitorio Piffero, Giovanni Luigi e Fernando Carvalho poderão ser consultados em algum momento ou você fará uma gestão desconectada do passado do clube?
AB: O clube é um só. O Inter é uma instituição centenária e tudo aquilo no passado que se fez de bom e ruim precisa ser observado dentro do seu tempo. Não tenho nenhum problema a isso, tem um órgão chamado conselho consultivo composto pelos ex-presidentes e o próprio estatuto prevê que eles possam ser consultados quando necessário. Não tenho nenhuma objeção ou tão pouco alguma preferência de fazer isso. Temos é que respeitar o passado do clube, alguns mais vencedores do que outros, mas nós respeitamos o passado do Inter.
ZM: Para compor o departamento de futebol, você vê com bons olhos a inclusão de ex-jogadores identificados com o clube como Tinga, Falcão, Iarley, entre outros?
AB: Primeiro nós temos um respeito enorme pelos ex-jogadores. Entendemos que para trabalhar no clube qualquer profissional precisa ter o perfil para aquilo que se quer, independentemente de serem grandes ídolos ou não. Nós sempre vamos respeitar os ex-jogadores. Quanto a trabalhar no clube, nada impede, mas neste caso serão aproveitados naquilo que tecnicamente eles possam nos ajudar.
ZM: Como será o seu contato e a sua relação com a torcida do Inter no dia a dia e nas redes sociais? Você pensa em criar alguma parceria com os “influencers”, que são aqueles colorados com mais alcance e público na internet?
AB: Nós teremos uma comunicação muito forte, transparente e única no Sport Club Internacional para que a gente possa se comunicar muito diretamente com o torcedor. Não trabalhamos com a possibilidade de ter alguma rede de “influencers” institucionalizada pelo clube. Acreditamos que existem funções a serem realizados por aqueles que são identificados com o clube e o Inter tem a sua comunicação oficial. A comunicação do Inter que será potencializada de uma forma a também produzir um conteúdo exclusivo para o nosso quadro social, conteúdo para a nossa torcida, conteúdo para os colorados e as coloradas.
ZM: Para finalizar, é possível imaginar avanços no CT de Guaíba na sua gestão? E a categoria de base seguirá em Alvorada ou poderá vir para perto do profissional?
AB: Nós iremos trabalhar desde o primeiro dia para viabilizar o CT de Guaíba. Nós temos a preocupação de iniciar com algo que seja factível do ponto de vista financeiro e econômico para o clube, buscando recursos incentivados e podendo iniciar a construção do CT de forma faseada, ou seja por fases, para que possa tirar do papel e iniciar trazendo já, assim que for possível, as categorias de base para próximo do Beira-Rio no CT Guaíba.
Alessandro Barcellos – Chapa 05 – Foto: Tomás Hammes/GloboEsporte.com————–
Zona Mista: Caso você seja eleito novo presidente do Inter, qual a sua prioridade número 1 a partir de janeiro?
José Aquino Flôres de Camargo: A prioridade número 1 é não deixar que o clube sofra solução de continuidade. Entraremos em meio a competições e um diagnóstico imediato é uma necessidade que se apresenta. Assim como a introdução de nossa equipe de trabalho em todos os níveis. O futebol será prioridade total e devemos, até lá, ter toda a nossa estrutura definida para o futebol.
ZM: O técnico Abel Braga e o executivo de futebol Rodrigo Caetano podem permanecer no clube depois de fevereiro de 2021? Já há um diagnóstico de sua parte a respeito do trabalho destes dois profissionais?
JA: Nós não falaremos sobre a situação individual de funcionários que estão neste momento trabalhando no clube. O Abel é um ídolo e deve ser respeitado. Se os resultados e a dinâmica do futebol exigirem, evidentemente que as mudanças serão imediatas.
ZM: O nome do técnico Eduardo Coudet, que deixou o clube recentemente, ainda é muito falado pela torcida e nas redes sociais. Existe a possibilidade de uma reaproximação com Coudet na sua gestão? Você descarta tentá-lo novamente nesses três anos de mandato?
JA: O Coudet, sem dúvida nenhuma, era um bom treinador. Um técnico obstinado pelo trabalho e tinha um modelo intenso de futebol, o que o identifica com o clube. No entanto, sua saída intempestiva, em meio às competições, foi inaceitável. Ninguém é maior que o clube. Eu haveria de entender as verdadeiras razões de sua saída, o que não veio à tona até o presente momento.
ZM: Você criará uma política específica para a utilização de jogadores oriundos das categorias de base no profissional? Está satisfeito com o atual uso da base do clube?
JA: Base será prioridade. Especialmente o trabalho de integração. A inteligência do futebol inclui a organização e o diagnóstico do funcionamento da base. Teremos que trabalhar na sua estruturação e construção do CT. O nosso executivo terá a missão de revisar todos os contratos e definir a quantidade de atletas a compor cada uma das categorias, visando o melhor aproveitamento possível.
ZM: Presidentes recentes como Marcelo Medeiros, Vitorio Piffero, Giovanni Luigi e Fernando Carvalho poderão ser consultados em algum momento ou você fará uma gestão desconectada do passado do clube?
JA: Ex-presidentes integram o conselho consultivo e deverão ser ouvidos de tempos em tempos. Parece-me, claramente, que se trata de um ato de diplomacia. E nós pretendemos reunificar o clube. Mas é evidente que, deste rol, deve ser excluído o presidente que foi condenado por malversação do dinheiro do clube.
ZM: Para compor o departamento de futebol, você vê com bons olhos a inclusão de ex-jogadores identificados com o clube como Tinga, Falcão, Iarley, entre outros?
JA: Eu vejo com bons olhos desde que o ex-jogador esteja estudando e se atualizando sobre as mudanças que ocorreram e estão ocorrendo no futebol. E que, sobretudo, tenha vínculos com o clube.
ZM: Como será o seu contato e a sua relação com a torcida do Inter no dia a dia e nas redes sociais? Você pensa em criar alguma parceria com os “influencers”, que são aqueles colorados com mais alcance e público na internet?
JA: A comunicação terá uma especial atenção. Temos como ideia criar uma rede de relacionamentos com os “influencers” do clube para somar essa energia, que pode ser muito positiva em prol do Internacional. A rádio e TV do Inter serão estruturadas, portanto, em um trabalho profissional.
ZM: Para finalizar, é possível imaginar avanços no CT de Guaíba na sua gestão? E a categoria de base seguirá em Alvorada ou poderá vir para perto do profissional?
JA: O CT de Guaíba é uma das nossas prioridades e existe um projeto ambicioso. Faremos sua construção por módulos. Captaremos recursos públicos e investimentos privados. Haverá uma comissão de obra instituída para tanto. A base, por enquanto, será mantida em Alvorada. Talvez o sub-20 passe a treinar no ambiente do CT Parque Gigante para facilitar a sua adaptação imediata ao elenco principal.
Foto: Reprodução – redes sociais – Chapa 03 – José Aquino Flôres de Camargo