Apesar da oferta conjunta de Flamengo, Palmeiras e São Paulo em oferecer os CTs para os gaúchos, o Grêmio decidiu não deixar o Rio Grande do Sul neste momento delicado vivido pelo Rio Grande do Sul, que sofre por conta da maior enchente de sua história. Em entrevista ao UOL, o presidente gremista Alberto Guerra lamentou que as demais regiões do país ainda não tenham a dimensão correta do que vem acontecendo:
“Nós aqui no Grêmio recebemos essa solidariedade, esse oferecimento do Palmeiras, Flamengo, São Paulo, como também de quase todos os clubes, mas também julgo que é justamente por conta desse distanciamento e de não saber o que estamos passando é que estão oferecendo isso. Talvez nos sirva a partir de junho, para a gente poder pensar nisso, mas agora não tem como eu chegar para os meus jogadores, falar para o Diego Costa, para cada um deles, para se reunir, ir lá para o Rio de Janeiro e vamos treinar que semana que vem tem jogo, não tem como. Eles estão preocupados com suas famílias, muitos dos jogadores perderam casas, 70 pessoas que trabalham no CT do Grêmio, a grande maioria perdeu muita coisa”, disse Guerra.
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O presidente do Grêmio confirma que pediu para o técnico Renato Portaluppi deixar o Rio Grande do Sul rumo ao Rio de Janeiro, onde tem residência fixa. O treinador explicou as razões de sua saída em vídeo publicado nesta semana.
“Muitos jogadores já saíram daqui, da base e do profissional, o próprio treinador, eu pedi pessoalmente para o Renato sair, ele não queria, mas pedi para ele sair porque estava preso num hotel, todas as pessoas sendo evacuadas do hotel, então a gente não tem nem tempo de ficar frustrado e magoado. Mas tenho certeza que se as pessoas estivessem aqui, se eu conseguisse expressar 10% do que a gente está passando, certamente o pensamento seria outro”, disse Guerra, antes de finalizar:
“Eu acredito que talvez o distanciamento talvez não dê a real noção do que a gente está passando aqui, por isso a importância de estar aqui, de estar explicando, para tentar tocar e minimamente descrever o que estamos passando. Tenho certeza que, se isso acontecesse em qualquer outro lugar do Brasil, se as pessoas estivessem aqui no nosso lugar, estariam pensando a mesma coisa”.
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