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Presidente do Grêmio reage a áudios do VAR e aponta pressão do São Paulo sobre a CBF

Alberto Guerra estava na Ubra conhecendo a estrutura do futebol feminino quando ouviu os áudios do VAR

O presidente Alberto Guerra esteve na Ulbra, em Canoas, nesta terça-feira, para conhecer a estrutura do futebol feminino do Grêmio. Durante a visita, o dirigente acabou surpreendido com a divulgação dos áudios do VAR referentes à expulsão de Kannemann na derrota por 1×0 para o Bragantino, e reagiu com forte indignação ao conteúdo.

De acordo com o repórter Lucas Fontes, durante o programa The Tarde, no canal de Alex Bagé desta quinta-feira (9), o presidente ouviu parte dos áudios acompanhado de pessoas da comitiva gremista. O material, com cerca de quatro minutos de duração, traz a conversa entre o árbitro de campo Lucas Casagrande (Palmito) e o árbitro de vídeo Gilberto Rodrigues Castro Júnior (Giba), e teria sido divulgado após pressão do São Paulo sobre a CBF.

Guerra se revolta após ouvir parte dos áudios de Bragantino x Grêmio

Segundo Fontes, Guerra ouviu parte dos áudios ainda durante a visita à Ulbra e ficou “muito indignado” com a forma como a equipe do VAR conduziu a análise. A conversa mostra o árbitro Lucas Casagrande sendo orientado a confirmar a expulsão de Kannemann por um suposto “soco no rosto” de um adversário, mesmo sem revisão detalhada do lance.

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Nos bastidores, a diretoria gremista contesta a decisão e afirma que o jogador argentino não agrediu o adversário, apenas tentou se desvencilhar de um empurrão. Inclusive, o próprio atleta atingido teria dito, no intervalo, que não foi agredido.

“Esse áudio só foi divulgado porque o São Paulo pressionou a CBF. Quando o Grêmio soube disso, também fez o pedido, e aí os dois lances acabaram liberados”, disse o dirigente em relato de Lucas Fontes no programa The Tarde, transmitido pelo canal de Alex Bagé no YouTube.

Alberto Guerra, presidente do Grêmio
Fotos: Amanda Ferronato / Grêmio FBPA

CBF é pressionada e clubes aumentam cobrança

A CBF admitiu que os áudios só foram divulgados após autorização da FIFA, uma vez que se tratavam de lances não revisados oficialmente pelo VAR. Segundo informações do programa, o São Paulo foi o primeiro clube a solicitar a liberação, e o Grêmio formalizou o mesmo pedido logo em seguida.

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O episódio ampliou a desconfiança sobre a transparência da arbitragem nas últimas rodadas do Brasileirão. O Grêmio pretende manter sua cobrança por coerência e revisão de critérios, ao mesmo tempo em que celebra o avanço jurídico obtido no STJD — considerado inédito e de forte impacto para futuros precedentes disciplinares no futebol brasileiro.

A diretoria gremista contestou a legalidade da decisão e, nos bastidores, ingressou com pedido no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A Procuradoria do STJD aceitou a tese do clube e protocolou uma Medida Inominada, solicitando a suspensão dos efeitos dos cartões aplicados a Kannemann e Marlon.

De forma inédita, a Procuradoria acatou o pedido do Grêmio, o que abre caminho para que os atletas não precisem cumprir suspensão automática até o julgamento final. A decisão liminar ainda será analisada pela presidência do STJD, mas já é vista como um passo importante pela diretoria.

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