Nos últimos dias, 16 clubes da Série A do Brasileirão de 2020 assinaram um texto manifestando total apoio à MP 984, que tem como objetivo alterar a regra dos direitos de transmissão no Brasil, dando poder total e exclusivo ao mandante de negociar a partida – sem a necessidade de anuência do visitante.
O Grêmio, da mesma forma que o Fluminense, o Botafogo e o São Paulo, não assinou o texto. E, em entrevista ao Lance!, o presidente Romildo Bolzan Jr explicou os motivos para o clube ficar de fora nesta etapa:
“Não é a questão da MP das transmissões ser boa ou ruim. Queremos apenas um debate mais amplo do cenário todo. Caso seja para mudar, que haja uma mudança definitiva da legislação e da mentalidade do futebol brasileiro. Foi por isto que não assinei o acordo”, falou, para depois acrescentar:
“A figura dos representantes, que fazem a intermediação dos jogadores, tem de ser regulamentada na Lei Pelé. É necessário um estudo com maior profundidade de mídia, do comprador, das propriedades do clube, da reestruturação das capacidades de negociação para aumentar esta competitividade em campo. O Grêmio quer aprofundar o contexto do futebol”.
O mandatário máximo do Grêmio tem a leitura que a MP, neste momento, atende os desejos somente do Flamengo, que foi o principal entusiasta de sua criação:
“Vamos discutir um planejamento transmissão que só mudará em 2024 (no Campeonato Brasileiro) sem fazer qualquer debate? E tudo isso pela demanda de um clube. Isto não quer dizer que eu não apoie mudanças nas regras de transmissão, que não sejam necessárias, mas tínhamos de nos debruçar antes sobre o tema”, concluiu.