De biotipo forte, ambidestro e detentor de um arremesso potente de laterais, quase um cruzamento na área, Anderson Pico tem história para contar no futebol. Especialmente do Grêmio, onde surgiu para o futebol e vivenciou de perto o vice do Brasileirão de 2008, bem como a convivência com o técnico Vanderlei Luxemburgo em 2012. Sem clube desde que deixou o Juventus-SC no primeiro semestre, o jogador de 31 anos garantiu em exclusiva ao Zona Mista que quer seguir jogando.
Zona Mista: Bom, Anderson, para começarmos nossa entrevista, como você avalia a sua passagem pelo Grêmio e quais as melhores lembranças do clube?
Anderson Pico: Eu tenho muitas saudades do ambiente do clube, dos roupeiros e massagistas, onde todos os dias antes do treino conversávamos e tomávamos nosso mate. Minha passagem pelo Grêmio com certeza foi o maior impulso que eu tive para a minha carreira. Foi convivendo lá no Grêmio onde aprendi o que é ser um profissional do futebol.
ZM: O que, na sua opinião, faltou para o Grêmio vencer o Brasileirão de 2008, mesmo tendo aberto vantagem na liderança em relação ao São Paulo?
AP: O que faltou, na minha opinião, foi um pouco mais de cabeça para entender a competição. Principalmente no jogo contra o Figueirense, em casa, onde perdemos a liderança já na reta final e foi ali que praticamente perdemos a competição.
Nota da redação: nO DIA 2 DE NOVEMBRO DE 2008, pela 33ª rodada, O Grêmio ficou no 1×1 com o figueirense em casa e viu o são paulo, que viria a ser o campeão, ultrapassar na tabela e ir para o 1° posto.
ZM: Como era a sua relação com Vanderlei Luxemburgo, que te deu várias oportunidades na passagem dele no Grêmio e depois no Flamengo?
AP: A minha relação com ele sempre foi boa e muito profissional. No Grêmio, ele me deu uma oportunidade que foi quando o meu último contrato com o clube já estava vencendo. E, por muitas pessoas dentro do Grêmio falarem do meu futebol, aí sim ele quis saber quem realmente era o Anderson Pico. E por eu ter feito um bom campeonato no Grêmio com ele, resultou que em 2014 ele também me levou para o Flamengo.
ZM: Você jogou em vários times, mas sente que a torcida gremista é diferente?
AP: Sim, a torcida gremista é a melhor torcida do Brasil.
ZM: Agora, em 2020, um novo lateral-esquerdo da base desponta como uma potencial promessa, assim como você era. No caso, o Guilherme Guedes. Tem visto os jogos dele? O que acha da lateral gremista atualmente?
AP: Tenho assistido pouco, mas acho que ele é um bom lateral e tem um grande futuro. O que poderia acrescentar na lateral seria eu ter a oportunidade de estar lá mais uma vez defendendo o clube.
ZM: Você ainda pensa em seguir jogando? Qual a sua atual relação com o futebol?
AP: Eu não só penso como continuo em atividade. Hoje estou sem clube, mas sigo treinando todos os dias e buscando uma nova oportunidade no futebol.