Por Pedro Trindade
Responsável por agenciar atletas como Tetê, do Shakhtar Donetsk, e Ferreira, Pablo Bueno – no centro da foto de capa, assinando contrato – tem um novo desafio na carreira. Ou melhor, a realização de um sonho, como o próprio empresário destaca. Ele é o mais novo sócio do UCSA, clube de futebol da Ucrânia.
Com a proposta de retomar a magia do futebol brasileiro dos anos 1990 e cogitando voos altos no curto prazo, o representante detalha o ambicioso projeto à reportagem do Zona Mista. O bate-papo traz, ainda, relatos sobre as boas fases vividas por Tetê e Ferreira e um nome do sub-20 do Grêmio para a torcida tricolor ficar de olho.
Zona Mista: Como surgiu a ideia de ser dono de um clube de futebol?
Pablo Bueno: Eu cresci jogando futebol. Eu era aquela criança que acordava e ia jogar futebol. De tarde, ia jogar futebol. De noite, jogava futebol. Minha vida é toda de futebol. Sempre falei que um dia eu ia ter um time. Estou realizando um sonho de criança. Por muitas vezes, eu via jogadores bons não terem oportunidades e se perderem no meio do caminho por uma má gestão ou por pessoas envolvidas que não entendem de futebol.
ZM: De onde vem essa boa relação entre profissionais brasileiros e ucranianos?
PB: Eles veem que tu é brasileiro e já falam em futebol, em Pelé, em Ronaldinho. O ucraniano também é apaixonado pelo futebol e gosta muito de brasileiros. Aqui, eu vi um lugar onde a gente pode encontrar muitos jovens jogadores, muitos talentos, inclusive, já achei alguns.
ZM: Quais as principais metas que você coloca a partir da criação do UCSA?
PB: A gente vai potencializar a base, aplicar a metodologia brasileira dos anos 1990, em que se trabalhava muito os fundamentos. Hoje, a gente vê lateral que não sabe cruzar, centroavante que não sabe cabecear, volante que não chuta, ponta que não dribla. Nos dois primeiros anos vamos investir bastante, aperfeiçoar a estrutura. E depois é sonhar e brigar por coisas grandes, porque o futebol não tem espaço para perdedor.
ZM: Como você vê a volta por cima do Ferreira no time do Grêmio?
PB: Graças a Deus, o Ferreira está muito bem, é o novo protagonista do Grêmio. O Ferreira conquista a torcida, porque quando ele pega na bola, a gente cria aquela expectativa sobre o que ele vai fazer.
ZM: E na Ucrânia o Tetê também segue em alta.
PB: O Tetê tem essa ginga brasileira, que é incrível. Ele tem feito cada jogo, é o protagonista do Shakhtar, e é extremamente profissional, assim como o Ferreira.
ZM: A torcida do Grêmio pode esperar mais alguma grande joia nos próximos anos?
PB: O próximo que vem é o Gonçalves. É um meia, canhoto, que tem drible, velocidade, um chute forte e bate falta. Essa é a próxima revelação gremista. A torcida pode criar expectativa de que vai ser um baita jogador. É daqueles guris que não nascem a toda hora.